Rússia realiza pior ataque contra Ucrânia desde 2022
Segundo Berlim, Moscou aumentou uso de armas químicas
A Ucrânia voltou a acusar a Rússia nesta sexta-feira (4) de realizar "o pior ataque desde o início da guerra", em fevereiro de 2022. Diante da agressividade dos frequentes bombardeios, a Alemanha reforçou seu apoio ao governo de Volodymyr Zelensky, acusando Moscou de "intensificar o uso de armas químicas" no país vizinho.
Segundo declaração do porta-voz da Aeronáutica Militar ucraniana, Yuri Ignat, "o inimigo atacou [Kiev] com um grande número de drones, sendo o maior número já utilizado pelos russos em um único ataque".
As forças aéreas de Kiev citaram 550 drones e mísseis lançados por Moscou a partir das 18h locais, com boa parte tendo sido abatido ou neutralizado pelos militares ucranianos. O país atacado não citou mortos, mas confirmou ao menos 20 feridos e destacou "danos em 33 pontos" da capital.
A nova ofensiva ocorreu horas após um telefonema entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Donald Trump, que hoje conversou com Zelensky.
A intensificação das ofensivas da Rússia contra a nação vizinha levou a novas críticas de líderes europeus, a mais recente do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, citado por seu porta-voz, Stefan Kornelius, em coletiva de imprensa.
"Esta guerra está sendo travada com cada vez mais brutalidade e intensidade e a Ucrânia precisa urgentemente de apoio", afirmou Kornelius diante dos ataques de ontem à noite.
Além disso, o porta-voz do governo alemão também destacou a "possibilidade de Berlim comprar mísseis Patriot dos americanos para dá-los à Ucrânia", na esteira da decisão dos EUA de suspender parcialmente o envio de armas a Kiev.
O posicionamento da Alemanha frente à guerra no leste europeu também tem como base um estudo conduzido pelo serviço secreto de Berlim em parceria com a Holanda, que revela que a Rússia tem intensificado o uso de armas químicas na Ucrânia.
"O uso de gás lacrimogêneo e cloropicrina pelas tropas russas se tornou uma prática padrão e generalizada", diz o comunicado conjunto dos serviços secretos dos dois países, o que demonstra que Moscou tem violado a Convenção sobre Armas Químicas (CWC), a qual busca vetar este tipo de munição em todo o mundo.