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Rússia e Ucrânia fazem histórica troca de prisioneiros

Grupo libertado inclui 24 marinheiros presos no Mar de Azov

7 set 2019 - 12h49
(atualizado às 15h10)
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Mais de cinco anos após o início dos conflitos separatistas em Donetsk e Lugansk, Ucrânia e Rússia fizeram neste sábado (7) uma histórica troca de prisioneiros que pode reduzir a tensão entre os dois países.

Oleg Sentsov é abraçado ao chegar em Kiev, na Ucrânia
Oleg Sentsov é abraçado ao chegar em Kiev, na Ucrânia
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O governo russo libertou 35 ucranianos, incluindo os 24 marinheiros que haviam sido detidos em novembro passado, no Mar de Azov, que banha a Península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

O grupo havia sido capturado enquanto tentava cruzar o Estreito de Kerch, única rota de acesso para portos ucranianos no Mar de Azov. Na época, a Rússia alegou que os navios - dois canhoneiros e um rebocador - invadiram suas águas territoriais.

As autoridades russas também soltaram o cineasta ucraniano Oleg Sentsov, condenado a 20 anos de prisão por organizar "atos terroristas" na Crimeia após sua anexação. O julgamento do diretor sempre teve a legitimidade questionada pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Já Moscou não confirmou ainda os nomes dos prisioneiros libertados pela Ucrânia, mas o grupo inclui Volodymyr Tsemakh, acusado de liderar uma força aérea em apoio a rebeldes pró-Rússia no leste ucraniano.

Tsemakh é considerado uma "pessoa de interesse" na investigação holandesa sobre o abatimento do voo MH17, da Malaysia Airlines, em 17 de julho de 2014. O crime matou todas as 298 pessoas a bordo, e o inquérito concluiu que o míssil que derrubou o avião pertencia a Moscou e foi disparado de território rebelde. Os investigadores gostariam que o separatista continuasse na Ucrânia para interrogá-lo.

"É um primeiro passo para a retomada do diálogo e rumo ao fim da guerra", disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, eleito em abril passado com a promessa de encerrar o conflito.

Já o presidente dos EUA, Donald Trump, elogiou a troca de prisioneiros e afirmou que esse pode ser um "primeiro passo gigante para a paz". O Ministério das Relações Exteriores da Itália, por sua vez, parabenizou os dois países e ressaltou que a iniciativa pode "reconstruir a confiança e reiniciar as negociações bilaterais".

Calcula-se que a guerra na Bacia do Don, onde ficam as autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, já tenha matado mais de 13 mil pessoas.

Ansa - Brasil   
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