Relatório alerta para recorde de mais de 83 milhões de deslocados internos no mundo
Um relatório divulgado por duas Ongs nesta terça-feira (13) alerta que até o final de 2024 as guerras e as catástrofes naturais resultaram em mais de 83 milhões de deslocados internos no mundo. O número é equivalente à toda a população da Alemanha. Contrariamente aos refugiados, que são forçados a deixar seus países, os deslocados internos são pessoas que são obrigadas a abandonar suas casas, mas se instalam em outras localidades dentro de suas próprias nações.
Um relatório divulgado por duas Ongs nesta terça-feira (13) alerta que até o final de 2024 as guerras e as catástrofes naturais resultaram em mais de 83 milhões de deslocados internos no mundo. O número é equivalente à toda a população da Alemanha. Contrariamente aos refugiados, que são forçados a deixar seus países, os deslocados internos são pessoas que são obrigadas a abandonar suas casas, mas se instalam em outras localidades dentro de suas próprias nações.
O balanço foi elaborado pelo Observatório das Situações de Deslocamento Interno e o Conselho Norueguês para os Refugiados. O documento aponta que até o final 2024 a quantidade de deslocados deu um salto de 7,5 milhões em relação ao ano anterior. Nas últimas seis décadas, o aumento foi de 50%, indica ainda o relatório.
Segundo as duas Ongs, cerca de 90% desses deslocamentos forçados se devem aos conflitos e às violências, e castigaram 73,5 milhões de pessoas. Esse número registrou um aumento de 80% em 2018.
Já as catástrofes naturais obrigaram cerca de 10 milhões de pessoas a deixarem suas casas até o final do ano passado - um número que dobrou em cinco anos.
Sudão, Gaza e EUA
O relatório aponta que o país com a maior quantidade de deslocados internos é o Sudão, onde 11,6 milhões de pessoas tiveram de deixar suas casas devido à guerra civil no país. O documento também ressalta a trágica situação na Faixa de Gaza, onde os deslocamentos forçados por causa dos bombardeios israelenses afetam praticamente toda a população.
Os deslocamentos forçados não poupam os países ricos. Os Estados Unidos, que enfrentam de forma recorrente evacuações massivas devido aos furacões, registraram 11 milhões de deslocamentos em 2024.
Segundo a diretora do Observatório, Alexandra Bilak, esses deslocamentos tem três causas principais: "conflitos, pobreza e crise climática". Ela enfatiza que "as populações mais vulneráveis são as mais castigadas" pelo problema.
O número recorde vem à tona em um momento em que as organizações humanitárias internacionais enfrentam dificuldades devido ao congelamento das ajudas dos Estados Unidos pelo presidente americano, Donald Trump.
"Os dados deste ano devem ser um sinal de alarme para a solidariedade mundial", declarou Jan Egeland, diretor do Conselho Norueguês para os Refugiados. "A cada vez que um financiamento é cortado, os deslocados deixam de ter acesso a alimentos, medicamentos, segurança e perdem esperança", salientou.
(Com informações da AFP)