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Reino Unido estuda substituir fundos da UE para iniciativas de paz na Irlanda do Norte

16 ago 2017 - 09h57
(atualizado às 10h22)
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O Reino Unido está cogitando substituir um financiamento da União Europeia para projetos de pacificação na Irlanda do Norte que ativistas dizem ser crucial para evitar uma retomada da violência após o acordo de paz de 1998, disse a primeira-ministra britânica, Theresa May, nesta quarta-feira.

Primeira-ministra britânica, Theresa May, em Portsmouth, Reino Unido 16/08/2017   REUTERS/Ben Stansall
Primeira-ministra britânica, Theresa May, em Portsmouth, Reino Unido 16/08/2017 REUTERS/Ben Stansall
Foto: Reuters

Quando o Reino Unido tiver saído da UE, esta terá proporcionado mais de 1,5 bilhão de euros em financiamento para projetos na Irlanda do Norte que visam curar as feridas de três décadas de conflitos entre nacionalistas irlandeses e unionistas britânicos, nos quais mais de 3.600 pessoas morreram.

Os fundos, que foram usados em projetos de apoio às vítimas, fomentam laços entre comunidades católicas e protestantes e ajudam ex-militantes dos dois lados a encontrar trabalho. Os recursos estão programados para vencer em 2020, um ano depois da desfiliação britânica da UE, o chamado Brexit.

"Queremos que o financiamento da UE, que ajudou vítimas dos distúrbios e grupos intercomunitários, continue ao menos até o programa atual terminar", disse May em um artigo no jornal Irish News, da Irlanda do Norte.

"Depois queremos ir mais longe e explorar um possível futuro programa de financiamento da paz depois que sairmos da UE".

A Irlanda do Norte vem sendo uma das maiores destinatárias de fundos do bloco e deve receber cerca de 3,5 bilhões de euros entre 2014 e 2020, incluindo financiamento para o setor agrícola.

Os defensores dos projetos de pacificação alertaram que cortar fundos deixaria a província mais exposta ao extremismo e dificultaria evitar a violência nas ruas das chamadas "áreas de interação" onde nacionalistas irlandeses e unionistas britânicos moram perto uns dos outros.

Embora ninguém preveja a volta do tipo de violência vista na Irlanda do Norte nos anos 1970 e 1980, políticos da nação alertaram que o Brexit deve atiçar tensões sectárias e pode consolidar um impasse político que vem prejudicando a economia.

O governo irlandês disse que uma saída britânica da união aduaneira da UE provavelmente exigiria uma infraestrutura física na fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte, uma medida que revoltaria os nacionalistas desta última, que almejam uma Irlanda unida.

O governo britânico divulgou nesta quarta-feira um documento no qual se posiciona dizendo não querer inspeções de segurança na fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte. May disse ao Irish News que "não se pode cogitar impor uma nova fronteira aduaneira".

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