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Presidente do Egito recebe Haftar para debater crise na Líbia

Conflito no país já deixou mais de 100 mortos e 500 feridos

14 abr 2019 - 11h50
(atualizado às 11h56)
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O presidente do Egito, Abdel Fatah Al Sisi, se reuniu neste domingo (14), no Cairo, com o general líbio Khalifa Haftar para discutir a crise na Líbia, onde os militares lançaram uma ofensiva para tomar o controle da capital, Trípoli, sede do Governo de Unidade Nacional (GNA).

Presidente do Egito recebe Haftar para debater crise na Líbia
Presidente do Egito recebe Haftar para debater crise na Líbia
Foto: EPA / Ansa - Brasil

    A informação foi revelada pela agência estatal Mena, citando uma o porta-voz do presidente, Bassam Radi. Segundo a imprensa local, durante o encontro, Sisi confirmou seu apoio aos esforços de Haftar "para combater o terrorismo e as milícias extremistas" na tentativa de "alcançar a segurança e estabilidade na Líbia e para iniciar uma reconstrução no país".

    Desde 4 de abril, as forças do GNA, reconhecido pela comunidade internacional, e as tropas de Hafter estão protagonizando uma série de confrontos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se que pelo menos 121 pessoas morreram e 561 ficaram feridas durante os conflitos. Já o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (Ocha) da ONU revelou que o número de desabrigados aumentou para 16 mil. Além disso, mais de duas mil pessoas tiveram que deixar suas casas nas últimas 24 horas e oito ambulâncias foram danificadas.

    Hoje (14), Forças do governo derrubaram um caça de Haftar na área de Wadi Rabie, a sudoeste de Tripoli, anunciou o general Mohammed al Manfur, comandante da Força Aérea da capital. Entenda o caso A Líbia se fragmentou politicamente após a queda de Muammar Kadafi, em 2011, e desde então é palco de conflitos entre milícias.

    De um lado, está o governo de união nacional guiado por Sarraj e apoiado pelos grupos armados de Trípoli e Misurata, pela ONU e pela Itália; do outro, o Parlamento de Tobruk, no leste do país e fiel a Haftar, que tem apoio do Egito e dos Emirados Árabes Unidos e lidera o Exército Nacional Líbio (ELN), principal força armada da nação africana.

    O general, que busca derrotar o Islã político, e o Parlamento de Tobruk não reconhecem a legitimidade do governo Sarraj - instituído por uma conferência de paz no Marrocos, em 2015 - e controlam a maior parte do país, principalmente o leste e o desértico sul.

    Ex-aliado de Kadafi, Haftar ajudou o coronel a derrubar o rei Idris, em 1969, mas rompeu com o ditador em 1987, após ter sido capturado no Chade. De lá, guiou, com o apoio da CIA, um fracassado golpe contra Kadafi. Por duas décadas, viveu como exilado nos Estados Unidos e ganhou cidadania americana.

    Haftar se inspira no presidente do Egito, Abdel Fattah al Sisi, que deu um golpe militar em 2013 para derrubar o islamista Mohamed Morsi e o governo da Irmandade Muçulmana, colocada na ilegalidade. Existe ainda o temor de que a escalada dos conflitos abra espaço para o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) voltar a controlar territórios no país.

Ansa - Brasil   
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