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Presidente da Nigéria pede que forças de segurança respeitem a lei após repressão a protesto

22 out 2020 - 14h57
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O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, instruiu as forças de segurança a agirem dentro da legalidade, disse seu conselheiro de Segurança Nacional nesta quinta-feira, à medida que as autoridades de Lagos estavam com dificuldade para impor um toque de recolher decretado para conter a revolta com a repressão a manifestações contra a polícia.

Ruas bloqueadas em Lagos, na Nigéria
22/10/2020
REUTERS/Temilade Adelaja
Ruas bloqueadas em Lagos, na Nigéria 22/10/2020 REUTERS/Temilade Adelaja
Foto: Reuters

Tiros ressoaram e fumaça emanou de ao menos dois incêndios em Ikoyi, bairro afluente da capital comercial nigeriana, nesta quinta-feira, disseram testemunhas. Um incêndio irrompeu na prisão do distrito, disse o governo estadual. Imagens de vídeo mostraram chamas em um shopping center em outra parte de Lagos.

A violência em Lagos, a maior cidade da África, aumentou desde a quarta-feira, uma vez que grupos de jovens e policias armados se chocaram em alguns bairros após disparos na noite de terça-feira no distrito de Lekki.

O grupo de direitos humanos Anistia Internacional disse que soldados e policiais mataram ao menos 12 manifestantes em Lekki e Alausa, outro distrito de Lagos. O Exército negou que soldados tenham estado no local dos disparos, onde pessoas haviam se reunido em desafio ao toque de recolher.

Falando a repórteres na capital Abuja após uma reunião com Buhari, o conselheiro de Segurança Nacional, Babagana Monguno, disse que o presidente orientou todas as agências de segurança a operarem dentro "dos limites da legalidade" e a "não fazerem nada que agrave a situação".

"O senhor presidente está muito preocupado com este desdobramento e não quer que uma situação na qual tudo desmorona e resulta em anarquia, em desordem e nas pessoas aplicando a lei com as próprias mãos", disse Monguno. Segundo ele, Buhari deve "oferecer certas soluções" nas próximas horas.

Além dos focos de atrito em Lagos, onde testemunhas relataram ver homens jovens, alguns armados com facões, caminhando em partes da cidade, alguns Estados do sul impuseram toques de recolher para restaurar a ordem.

Os tumultos se tornaram uma crise política para Buhari, ex-líder militar que chegou ao poder em uma eleição em 2015 e é o comandante-chefe das Forças Armadas.

Alguns manifestantes disseram temer a volta dos dias sombrios do governo militar.

Um porta-voz do governo de Lagos disse que o incêndio na prisão de Ikoyi estava sob controle e que agentes armados estavam no local. Ele não explicou como o fogo começou nem comentou os relatos de tiros.

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