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Por que o bambu tornou o incêndio tão catastrófico em Hong Kong?

Em regiões como Hong Kong, o emprego de andaimes feitos de bambu ocorre há séculos. Porém, tragédia ocorrida em 26 de novembro, que atingiu um conjunto de oito prédios com cerca de 2 mil apartamentos, trouxe à tona preocupações relativas à segurança desses andaimes. Saiba por que o material é perigoso.

28 nov 2025 - 08h33
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No mundo da construção civil, certos materiais tradicionais continuam tem ampla utilização mesmo diante de avanços em tecnologia e segurança. O bambu, que tem fama por sua resistência e flexibilidade, é um desses exemplos. Em regiões como Hong Kong, o emprego de andaimes feitos de bambu ocorre há séculos. Porém, recentes incidentes chamam atenção para os riscos que se associam a essa prática. Em especial, em situações de emergência, como incêndios em edifícios residenciais.

A tragédia ocorrida em 26 de novembro, que atingiu um conjunto de oito prédios com cerca de 2 mil apartamentos em Hong Kong, trouxe à tona preocupações relativas à segurança desses andaimes. Afinal, o incêndio expôs vulnerabilidades do sistema, que, apesar de tradicional, pode apresentar complicações consideráveis em casos de sinistros, ameaçando tanto moradores quanto trabalhadores.

Em regiões como Hong Kong, o emprego de andaimes feitos de bambu ocorre há séculos – depositphotos.com / leungchopan
Em regiões como Hong Kong, o emprego de andaimes feitos de bambu ocorre há séculos – depositphotos.com / leungchopan
Foto: Giro 10

Por que o emprego do bambu é perigoso em andaimes?

O uso do bambu em andaimes é justifica-se por algumas vantagens, como baixo custo, disponibilidade e facilidade de montagem. No entanto, esses mesmos atributos podem transformar-se em riscos severos. Quando submetido a altas temperaturas, o bambu é altamente inflamável, o que contribui para a rápida propagação do fogo ao longo da estrutura das edificações em reforma ou manutenção.

  • Inflamabilidade: O bambu, ao contrário do aço ou do alumínio, não possui resistência ao fogo, podendo colapsar rapidamente sob calor intenso.
  • Facilidade de propagação: Devido à sua estrutura oca e material fibroso, age como combustível em situações de incêndio, espalhando chamas para outros pontos do prédio.
  • Barreiras ao resgate: Os andaimes de bambu podem dificultar o acesso de bombeiros e equipamentos de socorro às áreas mais críticas da edificação.

Além destes fatores, vale ressaltar que o bambu não possui tratamento eficaz contra incêndios, diferentemente de materiais metálicos, que podem ser projetados para retardar as chamas.

Quais são os desafios enfrentados durante incêndios em prédios com andaimes de bambu?

A atuação das equipes de emergência em edifícios cercados por andaimes de bambu encontra obstáculos singulares. Em primeiro lugar, a própria presença desses andaimes dificulta o acesso às fachadas, limitando o alcance das escadas e mangueiras de combate ao fogo. Outra questão relevante é o risco de queda: estruturas de bambu podem perder rapidamente a estabilidade diante das chamas e do calor, representando perigo tanto para as pessoas dentro do edifício quanto para os trabalhadores e socorristas do lado de fora.

  1. Danos estruturais rápidos: Os andaimes enfraquecem sob calor e podem colapsar, colocando vidas em risco.
  2. Barricadas involuntárias: Em muitos casos, os próprios andaimes servem como obstáculo inesperado para evacuação dos moradores e acesso das equipes de resgate.
  3. Propagação do fogo: Aceleram o avanço das chamas, dificultando o controle do incêndio e ampliando os danos aos imóveis vizinhos.

Essas adversidades tornam ainda mais dramáticas as consequências dos incêndios em locais onde o bambu é adotado como suporte para obras, especialmente em áreas densamente povoadas.

O uso do bambu em andaimes é justifica-se por algumas vantagens, como baixo custo, disponibilidade e facilidade de montagem – depositphotos.com / leungchopan
O uso do bambu em andaimes é justifica-se por algumas vantagens, como baixo custo, disponibilidade e facilidade de montagem – depositphotos.com / leungchopan
Foto: Giro 10

Há alternativas ao bambu para andaimes e como elas contribuem para a segurança?

Com o desenvolvimento de novas tecnologias na construção civil, uma série de alternativas vêm sendo adotadas no lugar dos tradicionais andaimes de bambu. Estruturas metálicas, compostas por aço galvanizado e alumínio, trazem robustez, resistência à corrosão e, principalmente, são menos suscetíveis à propagação de incêndios.

  • Aço galvanizado: Permite montagem e desmontagem rápidas, mantém estabilidade sob calor e é reutilizável em diferentes projetos.
  • Alumínio: Leve, fácil de transportar e instalar, com excelente relação entre durabilidade e segurança.
  • Módulos pré-fabricados: Oferecem maior controle de qualidade e conformidade com normas de segurança internacionais.

Essas alternativas não apenas aumentam a proteção de trabalhadores e moradores em caso de emergência, como também aprimoram a eficiência dos bombeiros ao facilitar o acesso e o combate ao fogo durante incidentes em edifícios urbanos.

O que levou Hong Kong a manter o uso de bambu, mesmo com os riscos conhecidos?

A tradição cultural desempenha papel fundamental na preferência pelo bambu em Hong Kong. O conhecimento ancestral sobre técnicas de amarração e erguer andaimes de bambu é passado de geração para geração, tornando-se parte do patrimônio local. Outro fator é o custo acessível e a agilidade para montar estruturas complexas, características valorizadas num cenário de construções aceleradas e espaço urbano limitado.

No entanto, após episódios marcantes como o incêndio de novembro de 2024, discussões sobre modernização e atualização das normas de segurança vêm ganhando força. A busca por alternativas mais seguras tem acelerado a adoção de estruturas metálicas em grandes projetos, sem, contudo, eliminar totalmente o tradicional uso do bambu em canteiros de obras menores.

O caso de Hong Kong lança luz sobre o dilema entre tradição e inovação, reforçando a importância contínua da atualização tecnológica e do investimento em segurança no setor de construção civil, especialmente em regiões densamente povoadas onde a proteção de vidas deve ser prioridade.

Giro 10
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