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Papua Nova Guiné ordena saída de postulantes a asilo de campo administrado pela Austrália

23 nov 2017 - 10h29
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A polícia de Papua Nova Guiné interditou nesta quinta-feira um campo de detenção administrado pela Austrália e fechado oficialmente, e ordenou a saída dos postulantes a asilo que ocupavam o local, confiscando os alimentos e a água que haviam estocado, disseram os postulantes a asilo à Reuters.

Cerca de 380 deles se trancaram dentro do centro da Ilha Manus mais de três semanas atrás, desafiando tentativas da Austrália e de Papua Nova Guiné para fechá-lo, num impasse que a Organização das Nações Unidas (ONU) descreveu como uma "crise humanitária iminente".

"Eles destruíram nossa comida e danificaram nossas acomodações também, destruíram nosso tanque de água", disse um candidato a asilo por mensagem de texto do campo.

Muitos dos homens subiram em telhados e se esconderam em banheiros, disse. Três outros postulantes a asilo fizeram relatos semelhantes sobre a ação policial.

Um vídeo filmado pelo refugiado sudanês Abdul Aziz e publicado no Facebook mostrou a polícia usando um megafone para orientar os candidatos a asilo a saírem porque sua estadia no campo, localizado em terras usadas pela Marinha de Papua Nova Guiné, é ilegal.

Imagens que ele postou mais tarde no Twitter mostraram homens entrando em vários ônibus e micro-ônibus. Tim Costello, principal autoridade do grupo de assistência World Vision Australia, disse à Reuters por telefone do lado de fora do campo que viu ônibus partirem.

Ligações para a agência de imigração e a polícia de Papua Nova Guiné não tiveram resposta.

O campo da Ilha Manus e outro de Nauru, pequena ilha-nação do Pacífico, se tornaram os alicerces da polêmica política imigratória da Austrália, que tem sido fortemente criticada pela ONU e por grupos de direitos humanos.

A Austrália abriu os campos na tentativa de conter uma onda de postulantes a asilo que fazem viagens de barco perigosas rumo às suas praias.

Segundo a política imigratória de "fronteiras soberanas", a Austrália se recusa a acolher candidatos a asilo que chegam pelo mar, enviando-os a campos em territórios litorâneos.

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