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Palestinos enterram mortos após dia mais sangrento de protestos em Gaza contra Israel

15 mai 2018 - 08h18
(atualizado às 10h22)
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Palestinos se reuniram em Gaza nesta terça-feira para os funerais de dezenas de pessoas mortas na véspera por tropas israelenses, e forças de Israel voltaram a assumir posições na fronteira com a região para lidar com mais um dia de protestos de palestinos.

Palestinos carregam corpo de homem morto por forças israelenses durante protesto em Gaza 15/05/2018 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Palestinos carregam corpo de homem morto por forças israelenses durante protesto em Gaza 15/05/2018 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Foto: Reuters

Os episódios de violência de segunda-feira na fronteira, ocorridos quando os Estados Unidos inauguravam sua nova embaixada em Jerusalém, foram os mais letais para os palestinos desde a guerra de 2014 em Gaza.

O saldo de mortes subiu para 60 de madrugada depois que um bebê de oito meses morreu devido ao gás lacrimogêneo que sua família disse que ele inalou em um acampamento de manifestantes na segunda-feira. Mais de 2.200 palestinos foram feridos por tiros ou gás lacrimogêneo.

Líderes palestinos qualificaram os eventos de segunda-feira como um massacre, e a tática israelense de usar munição letal contra os manifestantes provocou preocupação e repúdio no mundo todo.

Israel disse estar agindo em legítima defesa para proteger suas fronteiras e comunidades. Os EUA, seu maior aliado, apoiaram tal posição, e ambos disseram que o Hamas, o grupo islâmico que comanda o enclave litorâneo, instigou a violência.

Surgiram temores de mais derramamento de sangue nesta terça-feira, quando os palestinos planejam mais um protesto para marcar a "Nakba", ou "catástrofe".

Trata-se do dia em que os palestinos lamentam a criação do Estado de Israel em 1948, quando centenas de milhares de palestinos fugiram ou foram expulsos de seus lares em episódios de violência que culminaram em uma guerra entre o recém-criado Estado judeu e seus vizinhos árabes naquele mesmo ano.

Uma campanha de seis semanas de protestos na divisa, apelidada de "Grande Marcha do Retorno", ressuscitou clamores para que os refugiados tenham direito de voltar às suas antigas terras, que hoje se encontram dentro de Israel.

Não ficou claro se grandes multidões irão à fronteira nesta terça-feira para o clímax da campanha depois das grandes baixas sofridas na segunda-feira.

Autoridades médicas palestinas dizem que 104 moradores de Gaza já morreram desde o início das manifestações em 30 de março. Não há relatos de baixas israelenses.

Soldados de Israel voltaram a se posicionar ao longo da divisa nesta terça-feira. A área estava relativamente tranquila no início do dia, já que muitos moradores de Gaza estavam nos funerais. Acredita-se que os manifestantes seguirão para a fronteira mais tarde.

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