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Oposição convoca greve na Venezuela, mas entidade empresarial não adere

21 ago 2018 - 12h16
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As ruas da Venezuela ficaram mais tranquilas do que o normal nesta terça-feira, mas muitos pontos comerciais abriram apesar de uma convocação da oposição para uma greve nacional em protesto contra medidas econômicas anunciadas pelo presidente socialista Nicolás Maduro.

Pessoas formam fila para sacar dinheiro de caixas automático no banco Mercantil, em Caracas
21/08/2018
REUTERS/Carlos Garcia
Pessoas formam fila para sacar dinheiro de caixas automático no banco Mercantil, em Caracas 21/08/2018 REUTERS/Carlos Garcia
Foto: Reuters

Na segunda-feira, a Venezuela, que é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), cortou cinco zeros da moeda local em reação à hiperinflação, parte de um conjunto amplo de medidas concebidas para lidar com a crise econômica, entre elas atrelar a moeda do país a uma criptomoeda estatal obscura.

Críticos da oposição atacaram o plano, que disseram ser inadequado frente a uma inflação que superou 82 mil por cento em julho, e clamaram por uma paralisação de um dia nas atividades comerciais.

"Não vão trabalhar, vocês têm o direito de protestar, porque o que está em jogo é sua vida, seu futuro e seu país. Rebelem-se!", escreveu o partido opositor Vontade Popular em sua conta de Twitter.

Maduro declarou feriado nacional na segunda-feira para bancos e consumidores se acostumarem com o novo esquema dos preços, segundo o qual itens que custavam 1 milhão de bolívares na semana passada passam a valer 10 bolívares.

A Fedecámaras, principal grupo empresarial da nação, rejeitou a proposta "incoerente", observando que o aumento planejado de 3 mil por cento do salário mínimo tornará impossível para as empresas e comércios manterem as portas abertas.

Mas o grupo não se posicionou diante da greve de iniciativa opositora, dizendo que cada membro deveria decidir por conta própria.

O Ministério da Informação não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

O governista Partido Socialista anunciou uma passeata na manhã desta terça-feira para apoiar as medidas econômicas de Maduro que deve terminar com um evento no palácio presidencial.

O colapso da economia antes florescente vem provocando doenças e fome e desencadeou um êxodo de migrantes para nações vizinhas.

Nos últimos dias Equador e Peru endureceram as exigências de visto para venezuelanos, e episódios de violência levaram centenas de imigrantes a cruzarem de volta a fronteira com o Brasil. 

O descontentamento também se espalha entre os militares, já que os soldados estão tendo dificuldade para obter alimento suficiente e muitos desertam deixando o país.

Maduro diz que seu governo é vítima de uma "guerra econômica" liderada por opositores com a ajuda de Washington, que no ano passado impôs várias rodadas de sanções contra Caracas e autoridades de alto escalão.

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