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OMS expressa temor de "tempestade perfeita" para Ebola no Congo

25 set 2018 - 09h49
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta terça-feira que uma epidemia de Ebola no nordeste da República Democrática do Congo pode piorar rapidamente devido a ataques de grupos armados, à resistência de comunidades vacinação e à proliferação geográfica da doença.

Agente de saúde com roupa protetora para atendimento a paciente com Ebola em Beni, na República Democrática do Congo 06/09/2018 REUTERS/Fiston Mahamba
Agente de saúde com roupa protetora para atendimento a paciente com Ebola em Beni, na República Democrática do Congo 06/09/2018 REUTERS/Fiston Mahamba
Foto: Reuters

"Agora estamos extremamente receosos de que diversos fatores possam estar se somando nas próximas semanas e meses para criar uma tempestade perfeita em potencial", disse o chefe de reação de emergência da OMS, Peter Salama, em uma coletiva de imprensa em Genebra.

Ao menos 100 pessoas já morreram no surto, que provocou 150 casos nas províncias de Kivu do Norte e Ituri.

A reação está em um momento crucial, e embora o número semanal de novos casos tenha caído de cerca de 40 para cerca de 10 nas últimas semanas e mais de 11.700 pessoas tenham sido vacinadas, existem grandes obstáculos adiante, disse Salama.

Os ataques de grupos armados da oposição aumentaram em gravidade e frequência, especialmente aqueles atribuídos à Aliança de Forças Democráticas, com destaque para um atentado que matou 21 pessoas na cidade de Beni, a sede da operação da OMS.

A cidade declarou "ville morte", um período de luto que se estenderá ao menos até a sexta-feira, o que obriga a OMS a suspender suas atividades.

Na segunda-feira não foi possível fazer contato com 80 por cento dos contatos de Ebola --pessoas sob risco de desenvolverem a doença e que exigem monitoramento-- e com três casos suspeitos dentro e nos arredores de Beni para monitorar a doença.

Áreas de "relutância, recusa e resistência" à vacinação contra o Ebola estão causando muitos dos novos casos, alertou Salama.

"Também vemos uma tendência preocupante. Essa resistência, provocado pelo medo muito natural desta doença assustadora, está começando a ser explorada por políticos locais, e estamos muito receosos que na véspera das eleições, projetadas para dezembro, essa exploração... ganhará ímpeto e tornará muito difícil extirpar os últimos casos de Ebola".

Algumas pessoas estão fugindo para a floresta para evitar terapias de acompanhamento e exames de Ebola, às vezes se afastando centenas de quilômetros, disse.

Houve um caso do tipo ao sul de Beni, e outro no norte, perto das margens do Lago Albert. Ambas estavam inacessíveis por motivos de segurança.

"Ainda não cogitaremos a necessidade de evacuar, mas estamos desenvolvendo uma variedade de planos de contingência para ver onde nossos agentes ficam mais bem localizados", disse Salama.

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