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Presidente de Cuba promete defender legado de Raúl e Fidel

19 abr 2018 - 12h45
(atualizado às 13h02)
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O novo presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, iniciou seu mandato nesta quinta-feira (19) com uma promessa de defender a revolução socialista liderada desde 1959 pelos irmãos Fidel e Raúl Castro, com um discurso firme que também enfatizou a necessidade de modernizar a economia da ilha.

Firme defensor do governista Partido Comunista, Díaz-Canel tomou posse ante a Assembleia Nacional para substituir Raúl Castro, em um novo capítulo para a ilha após quase 60 anos de governo dos irmãos Castro, mas uma mudança que visa preservar o sistema político.

Novo presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel 11/03/2018 REUTERS/Alejandro Ernesto/Pool
Novo presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel 11/03/2018 REUTERS/Alejandro Ernesto/Pool
Foto: Reuters

"O mandato dado pelo povo a esta Casa é de dar continuidade à revolução cubana em um momento histórico crucial", disse Díaz-Canel à assembleia em seu primeiro discurso como presidente.

Ele prestou uma longa homenagem a Raúl, de 86 anos, a quem chamou de melhor aluno de seu irmão Fidel, que liderou os rebeldes que derrubaram um ditador apoiado pelos Estados Unidos e depois governou o país por décadas.

Fidel entregou o poder a Raúl em 2008, num momento em que enfrentava problemas de saúde, e morreu em 2016.

Raúl Castro irá manter considerável influência uma vez que permanecerá como chefe do Partido Comunista até um congresso em 2021.

Díaz-Canel, de 57 anos, disse que Raúl continuará o líder da revolução e será envolvido nas grandes decisões. Ele o elogiou por ser um lutador e pelas reformas que liderou durante a década que passou como presidente.

O discurso apresentou um caminho para o mandato de cinco anos, no qual ele terá o desafio de alcançar um equilíbrio entre o sistema socialista cubano e reformá-lo o suficiente para satisfazer uma jovem geração faminta por condições econômicas melhores.

Ele confirmou expectativas de que a transição não representará grandes mudanças em um dos últimos países do mundo com economia estatal e sistema de partido único, prometendo que não vai haver um retorno ao capitalismo.

Díaz-Canel, que ascendeu dentro do Partido Comunista durante as últimas três década, disse que o novo momento também será caracterizado pela "modernização do modelo econômico e social".

A mudança no poder ocorreu no dia do 57º aniversário da vitória cubana contra uma invasão de exilados cubanos apoiados pela CIA na Baía dos Porcos, em 1961, um marco da resistência de Havana à pressão "imperialista" por mudanças feita por Washington.

Dos 604 parlamentares que votaram, 603 foram favoráveis a eleger Díaz-Canel como presidente, marcando uma mudança de geração em relação aos antigos líderes que lutaram para derrubar o ditador Fulgencio Batista.

Raúl Castro, que ouviu o discurso da primeira fila, disse que no momento adequado Díaz-Canel também pode assumir seu posto de primeiro-secretário do Partido Comunista cubano. Em um determinado momento, ele levantou, com os braços erguidos, e foi ovacionado.

Como era o mundo no último ano em que algum Castro não estava na presidência de Cuba:
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