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Ataques em eleições no Afeganistão matam nove e ferem 123

Governo afegão mobilizou 70 mil soldados e policiais para garantir a segurança do pleito em todo o país

20 out 2018 - 11h25
(atualizado às 11h29)
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CABUL - Pelo menos nove pessoas morreram e outras 123 ficaram feridas em vários ataques extremistas realizados em quatro províncias do Afeganistão neste sábado (20), durante as eleições parlamentares.

Mulher chega a local de votação em Cabul, no Afeganistão (20/10/2018)
Mulher chega a local de votação em Cabul, no Afeganistão (20/10/2018)
Foto: Mohammad Ismail / Reuters

A polícia local afirma que um homem-bomba se explodiu em frente a uma assembleia de voto em uma escola no bairro de Kabul, no norte de Cabul, no primeiro grande ataque nas eleições parlamentares de sábado. Um médico tratando dos feridos disse que três pessoas foram mortas e seis ficaram feridas.

Outra explosão relatada pelo médico Muhibullah Zeer, porta-voz do ministério da Saúde, diz que várias explosões por Cabul deixaram quatro mortos e 78 feridos. Também houve ataques nas províncias de Kapisa e Logar (leste), e Ghazni (sul), e as vítimas foram transferidas para um hospital que a ONG italiana Emergency tem na capital afegã.

"Até agora recebemos 48 vítimas, entre as quais 33 foram admitidas aqui no hospital e 14 tratadas como pacientes externos. Além disso, uma vítima chegou morta", disse um coordenador da organização, Dejan Panic.

Mobilização na segurança para eleições

Para garantir a segurança no pleito, o governo afegão mobilizou em todo o país 70 mil soldados e policiais, explicou o porta-voz do Ministério de Interior, Najib Danish. O contingente representa um aumento de 16 mil efetivos a respeito do anúncio feito há poucos dias. Segundo um porta-voz da organização, 4.900 seções eleitorais foram abertas em 32 províncias.

Kandahar, no sul do país, decidiu adiar o pleito após o atentado de quinta-feira, que vitimou parte dos chefes de segurança da região. As eleições parlamentares do Afeganistão deveriam ter ocorrido em 2015, mas foram adiadas por causa da precária situação de segurança, a instabilidade política e os problemas financeiros. O pleito é um teste para a frágil democracia afegã e também para as eleições presidenciais, previstas para abril de 2019.

Tanto a recém-formada afiliada local do Estado Islâmico quanto o Taleban ameaçaram a violência durante as eleições, alertando as pessoas para ficarem longe das urnas. Em comunicado, o porta-voz talibã Zabihullah Mujahid afirmou que os centros eleitorais estarão o dia todo sob ataque de insurgentes e recomendou aos cidadãos que, se quiserem "preservar suas vidas", não participem do processo que classificou como "falso", e também alertou professores e alunos para que não permitissem que as escolas fossem usadas como colégios eleitorais. Apesar das ameaças, foram registradas filas de pessoas querendo votar na maioria dos locais de votação.

"O processo eleitoral do inimigo fracassou. Até agora fizemos 166 ataques e o processo foi interrompido", disse o porta-voz, que garantiu que dezenas de seções eleitorais foram destruídas ou não abriram. De acordo com algumas contas oficiais dos talibãs no Twitter, os insurgentes realizaram ataques hoje em pelo menos 20 das 34 províncias afegãs.

Pela primeira vez desde o fim da missão militar da Otan em 2014, o governo afegão é responsável pela segurança durante as eleições.

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