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Noruega diz que negociações para resolver crise na Venezuela estão em "fase exploratória"

17 mai 2019 - 14h41
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As negociações em Oslo com representantes do governo da Venezuela e a oposição para resolver a crise política do país estão em "fase exploratória", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Noruega nesta sexta-feira.

Os representantes de ambos os lados lado chegaram ao país nórdico nesta semana, sinalizando uma nova abordagem para buscar o fim dos meses de tensão, que se intensificou desde uma revolta fracassada no mês passado liderada pelo líder da oposição Juan Guaidó, que pediu aos militares para destituirem o presidente Nicolás Maduro.

O partido governista, que há muito diz estar aberto ao diálogo, apoiou as negociações. Mas muitos setores da oposição permanecem céticos, argumentando que Maduro usou no passado o diálogo como uma tática para manter seu controle sobre o poder, à medida que os padrões de vida declinavam constantemente no país rico em petróleo.

"A Noruega anuncia que teve contatos preliminares com representantes dos principais atores políticos da Venezuela, como parte de uma fase exploratória", disse o ministério em um comunicado, acrescentando que apoia "a busca por uma solução pacífica para o país".

A Venezuela foi palco de uma intensa luta pelo poder em janeiro, quando Guaidó, líder da Assembleia Nacional, controlada pela oposição, invocou a Constituição para se autointitular presidente interino, argumentando que a reeleição de Maduro em 2018 foi ilegítima.

Os Estados Unidos e muitos países europeus reconheceram Guaidó como o líder legítimo do país sul-americano, mas quase quatro meses depois de seu apoio Maduro mantém o controle das funções estatais e o apoio dos altos escalões, além de aliados como Rússia, Cuba e China.

A Noruega tem uma tradição de mediação de conflitos, incluindo assistência com o acordo de paz da Colômbia em 2016 entre o governo e os rebeldes das Farc.

"O presidente Nicolás Maduro e a Revolução Bolivariana expressam sua gratidão à Noruega e seu apoio ao diálogo em busca de paz e soberania", escreveu o ministro venezuelano de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, no Twitter nesta sexta-feira.

Guaidó se mostrou mais contido em publicações em sua conta no Twitter na quinta-feira, dizendo que qualquer "iniciativa de mediação" deveria começar com o "fim da usurpação", uma referência à renúncia de Maduro.

Ele expressou uma crescente abertura à potencial intervenção militar dos EUA para resolver a crise da Venezuela nas últimas semanas e disse que seu enviado a Washington se reunirá com o Comando Sul dos militares dos EUA na próxima segunda-feira.

Guaidó disse que se encontrará com diplomatas de países europeus e latino-americanos que chegaram a Caracas esta semana como parte do Grupo de Contato Internacional sobre a Venezuela, uma iniciativa que busca negociar o fim da crise do país.

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