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Navalny é transferido para hospital de prisão na Rússia

Estado de saúde de opositor é considerado gravíssimo por aliados

19 abr 2021 - 08h41
(atualizado às 08h53)
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O opositor russo Alexei Navalny foi transferido para o hospital da colônia penal IK-3 do Serviço Penitenciário Federal (FSIN) na região de Vladimir, na Rússia, informou a assessoria de imprensa do órgão estatal nesta segunda-feira (19). O departamento é especializado no tratamento médico dos detentos.

Saúde de Alexei Navalny preocupa aliados na Rússia
Saúde de Alexei Navalny preocupa aliados na Rússia
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Apesar de familiares e da defesa do advogado de 44 anos dizerem que as condições de saúde são gravíssimas, o FSIN informou apenas que o estado atual de Navalny é "satisfatório" e que a transferência foi decidida por uma "comissão de médicos".

A nota oficial ainda pontua que o opositor "é visitado a cada dia por um médico" do sistema penitenciário e que "com o consenso do paciente, lhe foi prescrita uma terapia vitamínica".

No entanto, os aliados de Navalny afirmaram que a IK-3 é uma "transferência para uma colônia de tortura, só com um hospital grande, para onde são levados os doentes graves". "E isso nós mostra como as condições de Navalny pioraram tanto que até a colônia de tortura o aceitou", disse o diretor do Fundo Anticorrupção, organização criada pelo opositor, Ivan Zhdanov.

Há semanas, a defesa do advogado vem relatando uma piora constante na saúde dele e, no sábado (17), a porta-voz do russo, Kira Yarmish, disse que ele "está morrendo" e que o falecimento é "questão de dias". Segundo os defensores, o opositor sofre com duas hérnias de disco e vem perdendo a sensibilidade das mãos por problemas de circulação.

Por conta disso, o advogado iniciou uma greve de fome no dia 31 de março para exigir atendimento médico na colônia penal onde estava desde 26 de fevereiro. No entanto, a solicitação não foi atendida.

Navalny foi preso no dia 17 de janeiro quando chegou da Alemanha, onde estava passando por um tratamento médico após ter sido envenenado em agosto de 2020. A princípio, ele ficou em uma detenção em Moscou, mas foi transferido para uma colônia penal de segurança máxima.

Pouco depois, a Justiça russa determinou que ele cumprisse uma condenação de 2014 mudando do regime domiciliar para o fechado.

Segundo o juiz, ele não compareceu a uma audiência obrigatória no fim de dezembro, praxe do regime domiciliar. Porém, Navalny não tinha como comparecer por questões médicas dos médicos alemães.

Protestos

Para exigir a liberdade do opositor, seus apoiadores convocaram uma manifestação nacional no dia 21 de abril, logo após um discurso do presidente Vladimir Putin.

No entanto, o Ministério do Interior da Rússia pediu que os civis nãos se reúnam em "manifestações não autorizadas" e que as forças de ordem "não permitirão uma desestabilização da situação e tomarão todas as medidas necessárias para manter a ordem nas regiões do país".

Na última vez que os apoiadores de Navalny foram às ruas, durante seu julgamento, mais de 1,4 mil foram presos em diversas cidades.

Já sobre os protestos no âmbito internacional, feitos durante todo o fim de semana por políticos da União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos, entre outros, o porta-voz da Presidência, Dmitri Peskov, disse que o governo "não aceita de forma alguma declarações feitas por representantes de outros Estados".

As manifestações internacionais advertiram Moscou de que a saúde de Navalny é responsabilidade do Estado russo e que, se algo acontecer, o país será cobrado internacionalmente. .

Ansa - Brasil   
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