PUBLICIDADE

Mundo

"Não somos peixes": cresce frustração entre imigrantes à deriva no Mediterrâneo

4 jan 2019 - 20h57
Compartilhar
Exibir comentários

Após duas semanas à deriva no mar e castigados por tempestades de inverno, os imigrantes a bordo de um navio de resgate ficam cada vez mais frustrados, os recursos se escasseiam e a tripulação se esgota, enquanto nenhum país europeu aceita oferecer um porto seguro para a embarcação.

Navio Sea-Watch 3 na costa de Malta
04/01/2019 REUTERS/Darrin Zammit Lupi
Navio Sea-Watch 3 na costa de Malta 04/01/2019 REUTERS/Darrin Zammit Lupi
Foto: Reuters

O Sea-Watch 3, embarcação capitaneada por um grupo humanitário alemão, resgatou 32 pessoas de um barco em mau estado próximo ao litoral da Líbia em 22 de dezembro, incluindo três crianças pequenas e adoentadas e quatro adolescentes que viajam sozinhos.

A embarcação encontra-se agora em águas de Malta, protegendo-se dos fortes ventos e do mar agitado. Em um ato de desespero, um migrante pulou nas águas gélidas nesta sexta-feira, numa tentativa de alcançar a costa, mas foi rapidamente recolhido de volta a bordo pelos tripulantes.

"Estamos aqui neste barco e não entendemos o que está acontecendo", disse à Reuters Bob Kiangala, da República Democrática do Congo.

"Não somos peixes, não somos tubarões, somos seres humanos como todo mundo. Fizemos essa travessia, arriscamos nossas vidas para chegar à Europa, e agora que chegamos, a Europa rejeita, e não sabemos por quê", disse ele.

Outra embarcação de um grupo humanitário alemão, o Sea-Eye, também encontra-se nas águas de Malta com mais 17 pessoas resgatadas em 29 de dezembro a bordo.

Nesta semana, mais duas dezenas de grupos humanitários, incluindo a Anistia Internacional e a Organização Mundial para as Migrações das Nações Unidas, pediram que a União Europeia forneça um porto seguro para ambas as embarcações.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade