PUBLICIDADE

Mundo

Museu italiano tenta desvendar mistério em torno do cabelo de Leonardo da Vinci

6 mai 2019 - 12h01
Compartilhar
Exibir comentários

Um museu italiano informou que pretende pedir um exame de DNA em uma mecha de cabelo que acredita ser do artista renascentista Leonardo da Vinci, cuja morte completa 500 anos neste mês.

Mecha de cabelo que acredita-se ser de Leonardo Da Vinci
02/05/2019
Museu Leonardo da Vinci/Divulgação via REUTERS
Mecha de cabelo que acredita-se ser de Leonardo Da Vinci 02/05/2019 Museu Leonardo da Vinci/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

No entanto, alguns especialistas questionaram a medida, dizendo é quase certo que o cabelo não pertença ao artista italiano, e que exames de DNA críveis podem ser impossíveis.

Da Vinci morreu em 1519 e foi enterrado no Castelo de Amboise, próximo à cidade francesa de Tours. A construção foi danificada seriamente em decorrência da Revolução Francesa de 1789, e muitos túmulos foram destruídos, incluindo o do artista.

Alessandro Vezzosi, diretor do museu Ideale Leonardo da Vinci, em Vinci, cidade-natal do artista, disse que a mecha de cabelo foi coletada em 1863 por um homem enviado por um comissário real para tentar localizar os restos mortais de Da Vinci.

"Em 1925, um colecionador norte-americano comprou essa relíquia em Paris... Mais tarde, antes de morrer aos 95 anos, ele a vendeu para um outro colecionador norte-americano, que nos contactou", explicou Vezzosi.

Ele disse que o museu pretende extrair o DNA da amostra e compará-la com o DNA de um grupo de descendentes que o museu diz ter identificado em 2016 através de registros genealógicos.

O teste também deve ser capaz de comprovar se os restos identificados na França em 1863 são, de fato, do artista italiano.

"O que é importante é não ter como garantido um resultado antes que o teste científico esteja completo", afirmou Vezzosi.

Mas alguns especialistas já estão desacreditando o processo.

"É altamente improvável que essa mecha, que foi apresentada como uma relíquia (religiosa), estaria ligada a Leonardo da Vinci de qualquer modo", disse Eike Schmidt, o diretor da prestigiosa Galeria Uffizi, em Florença.

Encontrar uma conexão de DNA com descendentes vivos se mostra uma complicação adicional, já que o reastreamento só é possível pela mãe e uma sólida linhagem feminina ou pelo pai e uma sólida linhagem masculina. A identidade da mãe de Leonardo da Vinci não é conhecida.

O artista nunca se casou e não deixou herdeiros diretos, então o DNA será testado a partir dos descendentes que Vezzosi alegou terem sido encontrados por um acompanhamento de árvores genealógicas de outros filhos do pai de Leonardo.

A chance de recriar uma linhagem masculina de 500 anos é extremamente improvável.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade