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Ministro alemão expressa apoio a protestos após assassinato atribuído a imigrantes

6 set 2018 - 12h04
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O ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, disse nesta quinta-feira que teria participado dos protestos contra a morte por esfaqueamento de um alemão atribuída a imigrantes, o que deve aprofundar as divisões dentro da coalizão da chanceler alemã, Angela Merkel.

Protesto de manifestantes de direita em Chemnitz, na Alemanha 27/08/2018 REUTERS/Matthias Rietschel
Protesto de manifestantes de direita em Chemnitz, na Alemanha 27/08/2018 REUTERS/Matthias Rietschel
Foto: Reuters

No dia 26 de agosto, grupos de extrema-direita se chocaram com a polícia e perseguiram pessoas que acreditavam ser imigrantes em Chemnitz, cidade do leste alemão, depois de a polícia dizer que um sírio e um iraquiano haviam sido detidos como suspeitos pela morte de um alemão de 35 anos.

"As pessoas estão aborrecidas e revoltadas por causa de tais homicídios, e eu as entendo", disse o conservador Seehofer em uma entrevista ao jornal Rheinische Post. "Se eu não fosse ministro, teria ido às ruas como cidadão, mas é claro que não com os radicais".

Os protestos, durante os quais alguns membros de uma multidão de 800 pessoas realizaram a saudação nazista --que é ilegalna Alemanha--, expuseram a fragmentação surgida na Alemanha desde a decisão tomada por Merkel em 2015 de acolher cerca de 1 milhão de postulantes a asilo, na maioria muçulmanos.

Seehofer, líder da União Social-Cristã da Baviera (CSU) e aliado da chanceler, acrescentou: "Entendo quando as pessoas protestam, mas isso não as torna nazistas".

O ministro vem adotando uma postura cada vez mais rígida em relação à imigração agora que seu partido enfrenta o desafio representado pela sigla de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) na eleição regional de outubro na Baviera.

Os protestos em Chemnitz fizeram com que se questionasse se os políticos estão sendo muito complacentes perante a xenofobia de extrema-direita em um país no qual muitos acreditavam que as lições do passado nazista haviam sido totalmente absorvidas.

Antes de sua entrevista ao Rheinische Post, Seehofer foi repreendido por políticos e alemães comuns nas redes sociais por dizer a membros da CSU durante uma reunião em Brandenburgo, Estado do leste, na quarta-feira: "A migração é a mãe de todos os problemas".

Indagada sobre o que pensa deste comentário específico de Seehofer, Merkel pareceu se distanciar de seu ministro do Interior nesta quinta-feira em uma entrevista à emissora RTL.

"Eu digo algo diferente. A migração nos apresenta desafios e aqui temos problemas, mas também sucessos".

Lars Klingbeil, secretário-geral do Partido Social-Democrata (SPD) de centro-esquerda, membro minoritário da coalizão conservadora de Merkel, repudiou os comentários de Seehofer.

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