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May anuncia adiamento de votação do Brexit

Premier reconheceu que acordo seria rejeitado no Parlamento

10 dez 2018 - 14h06
(atualizado às 14h12)
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A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou nesta segunda-feira (10) o adiamento da votação do acordo do Brexit no Parlamento britânico, que estava prevista para esta terça (11).

Manifestantes anti-Brexit em frente ao Parlamento do Reino Unido
Manifestantes anti-Brexit em frente ao Parlamento do Reino Unido
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A premier também confirmou que deseja redefinir os termos do "backstop", mecanismo que prevê uma fronteira aberta entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, membro da UE, caso os dois lados demorem a aprovar um futuro tratado comercial.

Segundo May, o objetivo é voltar a Bruxelas para obter "esclarecimentos" sobre o backstop. Ela também admitiu que o acordo atual "seria rejeitado por ampla margem". Pouco antes, um subsecretário do governo havia dito que a primeira-ministra do Reino Unido voltaria a Bruxelas para renegociar o Brexit.

"Theresa May escutou os colegas e irá a Bruxelas para recuar do backstop", afirmou no Twitter o membro do Parlamento e subsecretário de Estado para Crianças e Famílias, Nadhim Zahawi. O negociador técnico do Reino Unido, Olly Robbins, também foi visto chegando na sede da Comissão Europeia, na capital belga.

A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, chamou a decisão de adiar a votação de "patética covardia" por parte de May e propôs uma moção de desconfiança para derrubar o governo, a quem chamou de "incompetente". O objetivo de Sturgeon é convocar um segundo plebiscito, proposta já rejeitada pela premier britânica, e "colocar fim ao caos".

Fronteiras

O "backstop" é um dos principais motivos de críticas no acordo do Brexit por parte do Partido Conservador, liderado por May, já que poderia criar uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido.

O tratado do Brexit prevê um período de transição entre 29 de março de 2019, data do "divórcio", e 31 de dezembro de 2020, prorrogável por mais um ano. Durante esse espaço de tempo, Bruxelas e Londres tentariam negociar um acordo comercial.

Caso não se chegasse a um consenso no período de transição, as Irlandas continuariam com fronteiras abertas, o que faria com que produtos britânicos fossem submetidos a controles no Ulster. A ausência de fronteira rígida entre as Irlandas é um dos princípios do acordo de paz de 1998.

O ex-secretário de Relações Exteriores Boris Johnson, defensor do Brexit, já disse que isso seria uma anexação de território britânico pela UE. A Comissão Europeia, por sua vez, declarou em diversas ocasiões que não renegociará o Brexit.

A opinião é compartilhada pelo primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, que afirmou nesta segunda que o único acordo possível "é aquele que está sobre a mesa".

Ansa - Brasil   
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