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Líder catalão pede mediação internacional em impasse com governo espanhol

2 out 2017 - 18h49
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O líder separatista da Catalunha pediu nesta segunda-feira por mediação internacional para a disputa da região com Madri, um dia depois de centenas de pessoas ficarem feridas após a polícia usar cassetetes e atirar balas de borracha para impedir um referendo por independência.

Puigdemont concede entrevista em Barcelona
 2/10/2017   REUTERS/Albert Gea
Puigdemont concede entrevista em Barcelona 2/10/2017 REUTERS/Albert Gea
Foto: Reuters

Resultados indicaram que eleitores apoiaram esmagadoramente a independência no referendo, que a Espanha julgou ilegal e que oponentes à separação boicotaram em maioria.

A votação foi válida e deve ser implementada, disse o líder catalão, Carles Puigdemont.

"Não é um assunto interno", disse ele durante entrevista coletiva nesta segunda-feira. Ele afirmou ser "óbvio que precisamos de mediação", acrescentando: "Nós não queremos uma ruptura traumática... Nós queremos um novo entendimento do Estado espanhol".

O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, se encontrou com líderes de partidos políticos e seu governo conservador emitiu um comunicado dizendo que está buscando resposta conjunta à crise. Ele também falou com outros líderes europeus e os agradeceu por apoiarem a ordem constitucional da Espanha, segundo o comunicado.

Em Barcelona, centenas de estudantes se juntaram em uma praça central para protestar contra a repressão policial de domingo, gritando mensagens pró-independência e agitando bandeiras da Catalunha.

    A repressão do governo "provocou uma situação totalitária inaceitável usando violência estatal", disse o estudante Albert López. Outro manifestante foi detido posteriormente do lado de fora da sede da Polícia Nacional Espanhola em Barcelona.

Em outros lugares, a vida na cidade voltou quase ao normal, mas a violência havia claramente deixado pessoas em choque e pode ter endurecido atitudes entre os favoráveis à independência.

"Não há possibilidade de diálogo agora com o governo. Nós estamos cientes disto", disse um trabalhador aposentado de 51 anos que se negou a dizer seu nome.

A região mais rica da Espanha, encravada no nordeste da costa do Mediterrâneo abaixo da fronteira montanhosa com a França, possui sua própria língua e cultura, e uma crescente minoria que nutriu esperanças de independência por anos. Madri diz que a Constituição proíbe separação e que isto não é negociável.

A crise pode se aprofundar ainda mais se o Parlamento regional da Catalunha usar a votação como uma justificativa para uma declaração unilateral de independência, como previsto na lei de referendo promulgada pela região mas rejeitada por Madri.

Com 95 por cento dos votos contatos, autoridades dizem que o voto pelo "Sim" estava com 90,1 por cento, com participação de 2,26 milhões dos 5,34 milhões de eleitores registrados.

Pesquisas de opinião antes da votação colocavam o apoio pela separação em somente 40 por cento, mas a maior parte dos oponentes boicotaria a votação. O governo espanhol assumiu o risco de que sua violenta repressão pode aumentar apoio aos separatistas.

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