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Mundo

Lampedusa recebe mais 250 migrantes e entra em alerta

Centro de acolhimento está superlotado e foi fechado pela prefeitura

1 ago 2020 - 09h49
(atualizado às 10h16)
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Pelo menos 250 migrantes distribuídos em oito barcos desembarcaram na ilha de Lampedusa, na Itália, durante a madrugada deste sábado (1º), provocando uma superlotação em um centro de acolhimento da região.

Centro de acolhimento está superlotado e foi fechado pela prefeitura
Centro de acolhimento está superlotado e foi fechado pela prefeitura
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Segundo as autoridades locais, no hotspost de Contrada Imbriacola, cuja capacidade é de 95 pessoas, existem 950 abrigados. Entre a noite passada e a manhã de hoje, sete barcos independentes chegaram na costa italiana e uma outra embarcação foi resgatada nas águas em frente à ilha.

"Precisamos esvaziar imediatamente o hotspot de Lampedusa, onde estão abrigadas cerca de 950 pessoas por enquanto", afirmou o prefeito da ilha, Totò Martello, fechando o local.

O político explicou que não dá para esperar o navio que o governo italiano alugou para fazer a quarentena de migrantes forçados e refugiados que estão chegando ao sul do país pelo Mar Mediterrâneo até amanhã (2), porque "não dá para saber o que acontecerá durante o dia e noite" no local.

"Você não consegue segurar 1 mil pessoas, onde 95 podem ser acomodadas. Eu não entendo por que o primeiro-ministro não declara estado de emergência, considerando que em duas semanas tivemos 250 desembarques", acrescentou Martello, ressaltando que a região recebeu 5 mil pessoas em 28 dias a mais que 2011.

Nos últimos dias, o país europeu tem visto uma intensificação dos fluxos migratórios no Mediterrâneo e uma superlotação no centro de acolhimento de Lampedusa, principalmente com deslocados tunisianos. A ilha de 6 mil habitantes fica a aproximadamente 100 quilômetros da Tunísia e está mais perto do norte da África do que da Itália peninsular.

Em uma entrevista ao jornal Corriere della Sera, a ministra do Interior da Itália, Luciana Lamorgese, falou sobre as medidas obrigatórias para gerenciar o impacto de um fluxo extraordinário de desembarques tornado ainda mais complexo devido à emergência de Covid-19.

"Garantimos a proteção da saúde pública de nossas comunidades locais, mas os migrantes econômicos sabem que não há possibilidade de regularização para quem chegou à Itália após 8 de março de 2020", disse.

Para ela, o governo "não pode se dar ao luxo de baixar a guarda porque os dados epidemiológicos, não apenas os relativos a estrangeiros, nos dizem que teremos que ter muita cautela nos próximos meses".

Lamorgese explicou que todos os migrantes que chegam à costa italiana "são submetidos a testes sorológicos e depois ao swab". Além disso, a quarentena é obrigatória para todos. No entanto, o governo recebe mil "não" de municípios, já que as regiões temem uma crise migratória.

Por fim, a ministra lembrou da reunião realizada com o presidente da Tunísia, Kais Saied, nos últimos dias. "Concordamos para agosto um aumento no repatriamento em voos quinzenais já reativados pela última vez em 16 de julho, após a parada imposta pelo bloqueio", concluiu.

Ansa - Brasil   
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