Itália diz estar 'preocupada' com estudante preso no Egito
Patrick George Zaky é aluno da Universidade de Bolonha
O Ministério das Relações Exteriores da Itália afirmou nesta terça-feira (18) que a prisão no Egito do estudante Patrick George Zaky, da Universidade de Bolonha, é fonte de "grande preocupação".
"Pergunto-me por que houve uma reação tão forte da parte egípcia", disse a secretária-geral da Farnesina, Elisabetta Belloni, acrescentando que a Embaixada do país no Cairo está acompanhando o caso de perto.
Zaky foi preso no dia 8 de fevereiro, após voltar da Itália para o Egito, sob a acusação de "propaganda subversiva". O estudante também é pesquisador da Egyptian Initiative for Personal Rights (EIPR), organização egípcia de defesa dos direitos humanos, e pretendia passar férias em sua cidade natal, Mansoura.
Segundo a entidade, Zaky foi acusado de publicar "notícias falsas" para "perturbar a paz social" e de ter "incitado protestos contra as autoridades públicas". A EIPR disse ainda que o estudante foi interrogado sobre seu trabalho de ativista, ameaçado e torturado.
O caso ganhou bastante destaque na Itália também por remeter à morte de Giulio Regeni, pesquisador italiano sequestrado, torturado e assassinado no Cairo em janeiro de 2016. Regeni frequentava sindicatos clandestinos e contrários ao regime do presidente Abdel Fattah al-Sisi, o que levantou a hipótese de crime político.
A principal suspeita é de que o pesquisador tenha sido morto pelos serviços secretos egípcios.