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Gaza vive terceiro dia de trégua às vésperas da cúpula de paz e aguardada troca de prisioneiros

A Faixa de Gaza viveu o terceiro dia do cessar-fogo neste domingo (12), véspera da cúpula internacional que busca abrir um caminho para a paz após dois anos de guerra entre Israel e Hamas no enclave. O encontro para selar o acordo vai acontecer nesta segunda-feira (13) na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do presidente do Egito, Abdel Fatah al Sisi, e de líderes de mais de 20 países.

12 out 2025 - 16h12
(atualizado às 16h24)
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A Faixa de Gaza viveu o terceiro dia do cessar-fogo neste domingo (12), véspera da cúpula internacional que busca abrir um caminho para a paz após dois anos de guerra entre Israel e Hamas no enclave. O encontro para selar o acordo vai acontecer nesta segunda-feira (13) na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do presidente do Egito, Abdel Fatah al Sisi, e de líderes de mais de 20 países.

Palestinos recolhem alimentos em caminhões que entraram em Gaza, em Khan Younès, no sul da Faixa de Gaza, em 12 de outubro de 2025
Palestinos recolhem alimentos em caminhões que entraram em Gaza, em Khan Younès, no sul da Faixa de Gaza, em 12 de outubro de 2025
Foto: REUTERS - Ramadan Abed / RFI

Além do acordo, também está prevista uma troca de reféns e prisioneiros no mesmo dia. A libertação é esperada para acontecer "na manhã de segunda-feira", disse uma porta-voz israelense, antes da "cúpula de paz".

Antes do encontro, Trump fará uma visita de algumas horas a Israel. Neste domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, celebrou os avanços nas negociações, mas, segundo ele, "a luta não acabou". 

"Juntos, alcançamos enormes vitórias, vitórias que surpreenderam o mundo inteiro. E quero dizer a vocês: em todos os lugares onde lutamos, fomos vitoriosos, mas, ao mesmo tempo, devo dizer que a luta não acabou", disse Netanyahu.

O acordo de trégua entre Israel e Hamas, que entrou em vigor na sexta-feira (10), inclui trocar os últimos reféns - vivos e mortos - que permanecem em Gaza por quase 2 mil palestinos detidos em prisões israelenses, entre eles 250 prisioneiros "por motivos de segurança nacional".

Shosh Bedrosian, porta-voz do primeiro-ministro israelense, declarou que a libertação dos reféns cativos na Faixa de Gaza deve se concretizar na manhã de segunda-feira.

"Esperamos que nossos 20 reféns vivos sejam libertos juntos e entregues à Cruz Vermelha (...) Os prisioneiros palestinos serão libertos assim que Israel receber a confirmação de que todos os nossos reféns tenham cruzado a fronteira para o território israelense", disse Bedrosian.

Libertação de líderes palestinos

Neste domingo, os negociadores buscavam finalizar os detalhes da troca. O Hamas quer incluir no acordo sete proeminentes líderes palestinos presos em Israel, revelaram à AFP duas fontes ligadas ao movimento islâmico.

"O Hamas insiste que a lista final inclua sete líderes principais, entre os quais destacam-se Marwan Barghuti, Ahmad Saadat, Ibrahim Hamed e Abbas Al Sayyed", afirmou uma pessoa que participa das negociações.

A fonte acrescentou que o grupo e seus aliados "completaram os preparativos" para entregar todos os reféns vivos. Também é esperado que o Hamas entregue os restos mortais de um soldado israelense morto em 2014 durante um conflito anterior em Gaza.

Entre os prisioneiros palestinos que serão libertos, 250 estão presos por motivos de segurança, incluindo muitos condenados por matar israelenses, enquanto cerca de 1.700 foram detidos pelo Exército de Israel em Gaza durante a guerra.

"Uma trégua de longo prazo"

Apesar do aparente progresso nas negociações, os mediadores ainda enfrentam a difícil tarefa de garantir uma solução política a longo prazo que permita que o Hamas entregue suas armas.

Uma fonte do movimento islâmico próxima às negociações, que falou sob condição de anonimato, declarou que o Hamas "não participará" do governo durante a fase de transição, mas o desarmamento continua sendo um tema pendente.

"O Hamas aceita uma trégua de longo prazo e que suas armas não sejam utilizadas de forma alguma durante este período, exceto no caso de um ataque israelense contra Gaza", acrescentou.

Segundo o plano de Trump, à medida que Israel realizar uma retirada parcial de Gaza, será substituído por uma força multinacional coordenada por um centro de comando liderado pelos Estados Unidos em Israel.

A guerra em Gaza começou após o ataque do Hamas em outubro de 2023, que resultou na morte de 1.219 pessoas em Israel, a maioria delas civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

A ofensiva israelense lançada em resposta matou pelo menos 67.682 pessoas, de acordo com números do Ministério da Saúde do território, que a ONU considera confiáveis.

"Não queremos viver em uma selva"

O secretário-geral da ONU, António Guterres, confirmou sua presença, assim como o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; o presidente francês, Emmanuel Macron; o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez; a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

No terceiro dia do cessar-fogo, caminhões com ajuda humanitária cruzaram neste domingo para Gaza, mas moradores de Khan Yunis, no sul, denunciaram que alguns foram saqueados por pessoas famintas.

"Não queremos viver em uma selva. Exigimos que a ajuda seja garantida e distribuída de maneira respeitosa", afirmou Mohamed Zarab. "Veja como está a comida jogada no chão", acrescentou.

Desde que o cessar-fogo foi instaurado no território, muitos residentes deslocados, como Fatima Salem, de 38 anos, retornaram às suas casas devastadas em Gaza.

"Meus olhos não paravam de buscar os pontos de referência que perdi, mas nada parecia igual, nem mesmo as casas dos vizinhos estavam lá", disse.

"Apesar do cansaço e do medo, senti que estava voltando para meu lugar seguro. Sentia saudades do cheiro do meu lar, mesmo que agora sejam apenas escombros. Vamos montar uma barraca ao lado dele e esperar que seja reconstruído", acrescentou.

(RFI com agências)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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