França abre portas para negociações da UE sobre sanções a colonos israelenses
A França disse nesta quarta-feira que a União Europeia deve considerar a opção de sanções contra colonos israelenses que atacaram palestinos na Cisjordânia e que as negociações na UE para sanções aos comandantes do Hamas estão progredindo.
Números das Nações Unidas (ONU) mostram que os ataques diários de colonos mais do que duplicaram desde a investida surpresa do Hamas a Israel, em 7 de outubro, e a retaliação que se seguiu ao enclave palestino de Gaza.
"Acreditamos que a comunidade internacional tem um papel a desempenhar para por fim nesses atos de violência que são extremamente desestabilizadores para a região, mas também prejudicam as perspectivas de uma solução de dois Estados", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Anne-Claire Legendre, em um briefing semanal.
Ela disse que nenhuma opção foi excluída, incluindo sanções da União Europeia a indivíduos violentos.
Israel capturou a Cisjordânia na guerra de 1967 no Oriente Médio e mantém a região sob ocupação militar desde então, enquanto ocupações de colonos israelenses foram consistentemente se expandindo. Os palestinos encaram a Cisjordânia como parte de um futuro Estado independente que também inclui Gaza e Jerusalém Oriental.
Uma fonte diplomática francesa disse que Paris é favorável às sanções da UE, mas ainda não foi iniciado um debate no bloco sobre a questão.
Os Estados Unidos disseram que estão preparados para proibir vistos contra "extremistas" que atacam civis na Cisjordânia.
Legendre também disse que as negociações estão avançando em Bruxelas para impor sanções -- congelamento de bens e proibições de viagens -- aos comandantes do Hamas.
Também estão em curso trabalhos com aliados europeus e outros para reduzir o financiamento ao Hamas, nomeadamente por meio da plataforma No Money for Terror, e para combater sua propaganda nas redes sociais.
No Money for Terror é uma coligação ad hoc criada em 2018 com o objetivo de combater o financiamento do terrorismo.
Em 13 de novembro, a França impôs sanções em nível nacional ao comandante militar do Hamas, Mohammed Deif, e ao seu vice, Marwan Issa.
Dois diplomatas disseram que o objetivo era adicioná-los à lista de terroristas sancionados da UE até meados de dezembro. Outros indivíduos também estavam sendo analisados, mas os dossiês jurídicos levarão mais tempo para serem preparados, disseram.