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EXCLUSIVO-Surto de coronavírus pode terminar na China em abril, diz especialista

11 fev 2020 - 09h09
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O surto de coronavírus está chegando ao auge na China neste mês e pode ser debelado até abril, disse o conselheiro médico mais graduado do governo nesta terça-feira na avaliação mais recente de uma epidemia que está assustando o mundo.

Zhong Nanshan, chefe da equipe da Comissão Nacional de Saúde da China que investiga o surto do novo coronavírus, dá entrevista à Reuters em Guangzhou, província chinesa de Guangdong
11/02/2020 REUTERS/Thomas Suen
Zhong Nanshan, chefe da equipe da Comissão Nacional de Saúde da China que investiga o surto do novo coronavírus, dá entrevista à Reuters em Guangzhou, província chinesa de Guangdong 11/02/2020 REUTERS/Thomas Suen
Foto: Reuters

Em uma entrevista à Reuters, Zhong Nanshan, epidemiologista de 83 anos que ficou famoso por combater uma epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) em 2003, chorou ao falar do médico Li Wenliang, que morreu na semana passada depois de ser repreendido por dar o alerta.

Mas Zhong acredita que o novo surto diminuirá em breve porque o número de novos casos já começou a cair em alguns lugares.

O pico deve ocorrer na metade ou no final de fevereiro, seguido por uma estabilização e uma redução, disse Zhong, baseando sua previsão em modelos matemáticos, acontecimentos recentes e uma ação governamental.

"Espero que este surto ou este evento termine lá para abril", disse ele em uma ronda hospitalar na Universidade Médica de Guangzhou, onde 11 pacientes com coronavírus estão sendo tratados.

Embora seus comentários possam apaziguar parte do temor global com o coronavírus --que já matou mais de mil pessoas e provocou mais de 40 mil casos, quase todos na China-- a previsão anterior de Zhong sobre um pico do surto se mostrou prematura.

"Não sabemos porque ele é tão contagioso, então isso é um grande problema", acrescentou ele, que ajudou a identificar falhas nos sistemas de reação de emergência chineses durante a crise de Sars de entre 2002 e 2003.

Ele disse que houve uma redução gradual de novos casos na província de Guangdong, no sul, onde ele está, e também em Zhejiang e outras partes. "Então isso é uma boa notícia para nós."

Agora que a China está adotando medidas inéditas para isolar regiões infectadas e limitar as rotas de transmissão, Zhong aplaudiu o governo por interditar Wuhan, a cidade do epicentro do surto, que ele disse ter perdido o controle do vírus em um estágio inicial.

"O governo local, a autoridade de saúde local deveriam ter alguma responsabilidade por isso", disse. "Seu trabalho não foi bem feito."

Acredita-se que o vírus surgiu em um mercado de frutos do mar de Wuhan no início de dezembro.

As autoridades também vêm sendo criticadas pelo tratamento duro dado ao falecido doutor Li, que foi detido por divulgar a doença antes de se tornar sua vítima mais conhecida na sexta-feira.

"A maioria das pessoas pensa que ele é o herói da China", disse Zhong, enxugando as lágrimas. "Estou muito orgulhoso dele, ele disse a verdade às pessoas, no final de dezembro, e depois faleceu."

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES

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