Ex-refém do Hamas de 84 anos "luta pela vida" em hospital de Israel
Quando Elma Avraham, de 84 anos, foi levada como refém de sua casa no kibbutz Nahal Oz, em 7 de outubro, ela era um membro independente da comunidade, de acordo com seus familiares.
Quando o Hamas a soltou, no domingo, ela estava "lutando pela sua vida", de acordo com profissionais de saúde.
A bisavó foi libertada junto com outros 16 reféns, incluindo uma garota norte-americana de 4 anos chamada Abigail Edan, no terceiro dia de trégua entre Israel e Hamas.
Embora outros reféns tenham voltado em bom estado de saúde, a filha de Avraham disse a repórteres que sua mãe chegou com um pulso de 40 batimentos por minuto e uma temperatura corporal de apenas 28 graus. O vice-administrador do hospital Soroka, em Beersheba, disse que seu estado permanece crítico e que ela está sob ventilação mecânica e sedada na unidade de terapia intensiva.
"Eles a mantiveram em condições horríveis", afirmou sua filha, Tali Amano, do lado de fora do hospital. "Minha mãe chegou horas antes de quando a perderíamos."
A fala foi endossada pelo porta-voz militar de Israel, contra-almirante Daniel Hagari. "Ela foi mantida em condições duras. Eles negaram a ela medicamentos essenciais. Ela não foi visitada pela Cruz Vermelha", disse.
Ele afirmou que a mulher "é uma lembrança da nossa missão crítica" e perguntou "quem está cuidando dos outros reféns na Faixa de Gaza?".
Amano descreveu sua mãe como uma pessoa "feliz, conectada e abraçada por toda a comunidade" antes de ser levada. Ela informou que, embora a mãe tivesse problemas crônicos de saúde, eles estavam sob controle.
"Eles a mantiveram por 52 dias em condições que nenhum humano deveria ser mantido", afirmou o chefe de Assuntos Médicos do Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, Hagai Levine. "Simplesmente sem dignidade humana, um abuso desarrazoado."
Amano afirmou que se encontrou com a Cruz Vermelha e implorou a eles que ministrassem medicações na sua mãe, mas que eles disseram que não conseguiram entregá-las. "Minha mãe não precisava voltar dessa forma, e não tenho ideia como ela vai passar esses dias."
Um porta-voz da Cruz Vermelha disse à Reuters: "Estamos nos encontrando diretamente com as famílias e elas nos têm pedido para levar medicamentos pessoais, mas não temos como levá-los".
"Continuamos pedindo acesso aos reféns, como fizemos desde o Dia 1, e estamos prontos para realizar essa visitas", afirmou ele.
Um médico acompanhou Avraham enquanto ela e outros reféns deixavam a Faixa de Gaza.