UE vai investigar se Meta cometeu abuso de posição dominante após integrar IA no WhatsApp
A Comissão Europeia anunciou a abertura de uma nova investigação antitruste nesta quinta-feira (4) contra a Meta Platforms pela integração de recursos de inteligência artificial na interface do WhatsApp. O Meta AI, um chatbot e assistente virtual, está disponível desde março de 2025 nos mercados europeus.
Em comunicado, a Comissão Europeia explica que a nova política anunciada pela Meta "poderia impedir que fornecedores terceirizados de inteligência artificial ofereçam seus serviços no WhatsApp". Se essas suspeitas forem confirmadas, constituirá abuso de posição dominante.
Atualmente, o WhatsApp permite que empresas se comuniquem com seus clientes por meio da plataforma utilizando serviços de IA desenvolvidos por fornecedores independentes da Meta.
Mas, segundo a Comissão, novas regras de funcionamento anunciadas pela empresa poderiam excluir esses fornecedores terceirizados em benefício de seu próprio serviço, chamado Meta AI.
A medida é mais uma ação dos reguladores europeus contra as grandes empresas de tecnologia. O bloco busca equilibrar o apoio ao setor e, ao mesmo tempo, conter sua influência.
De acordo com um porta-voz do WhatsApp, "as acusações são infundadas". Segundo ele, a introdução de 'chatbots' em suas plataformas "sobrecarrega os sistemas, que não foram projetados para suportá-los".
"O setor de IA é altamente competitivo e as pessoas têm acesso aos serviços de sua escolha de várias maneiras, incluindo lojas de aplicativos, mecanismos de busca, serviços de e-mail, integrações com parceiros e sistemas operacionais", acrescentou.
Abuso de posição dominante
A autoridade italiana de concorrência abriu, em julho, uma investigação paralela para verificar se a Meta teria explorado sua posição dominante no mercado ao integrar uma ferramenta de IA no WhatsApp.
Em novembro, a investigação foi ampliada para determinar se a Meta também abusou de sua posição dominante ao bloquear "chatbots concorrentes" na plataforma de mensagens.
Segundo o jornal Financial Times, a investigação da UE não será conduzida no âmbito do Digital Markets Act, a legislação adotada pela UE para limitar o poder das grandes plataformas digitais e garantir um mercado online mais justo e competitivo.
Com agências
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