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Europa

Theresa May iniciará ruptura do Reino Unido com UE em 2017

2 out 2016 - 05h50
(atualizado às 14h49)
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Theresa May
Theresa May
Foto: Getty Images

A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou neste domingo que iniciará antes do final de março de 2017 o processo para a ruptura do Reino Unido com a União Europeia (UE), e que apresentará a legislação para revogar a ata de união de seu país ao bloco.

Ao inaugurar hoje o congresso anual do Partido Conservador na cidade inglesa de Birmingham, May acabou assim com uma das maiores incógnitas do "Brexit", a saída do Reino Unido da UE, que tinha provocado incerteza entre empresários e trabalhadores do país, assim como na Comissão Europeia e em outros países comunitários.

Com este calendário, o Reino Unido pode ficar de fora do bloco europeu no segundo semestre de 2019, uma vez completado o período de dois anos de negociações estipulado no artigo 50 do Tratado de Lisboa sobre a retirada de um país comunitário.

A chefe de governo, em seu primeiro discurso no congresso "tory" como primeira-ministra, disse que ativará esse artigo antes que março termine e descartou totalmente os pedidos de alguns políticos para que haja outro referendo sobre a UE.

"Queiram as pessoas ou não, este país votou a favor de sair da UE. Isto quer dizer que vamos deixar a UE. Seremos um país totalmente independente e soberano, um país que já não será parte de uma união política com instituições supranacionais que possam invalidar os parlamentos e as cortes nacionais", declarou May.

"Isto quer dizer que, mais uma vez, vamos ter a liberdade de tomar nossas próprias decisões em muitos assuntos diferentes, desde como etiquetamos a comida até a forma como controlamos a imigração", ressaltou a primeira-ministra.

Ao explicar sua determinação a ativar o artigo 50, a política "tory" deixou claro que "não haverá atrasos": "Vamos ativá-lo quando estejamos preparados, e o estaremos em breve", garantiu.

Também tranquilizou os trabalhadores do Reino Unido ao indicar que as leis comunitárias serão incorporadas à legislação britânica, razão pela qual os direitos do povo "seguirão estando garantidos" enquanto ela for primeira-ministra.

"'Brexit' quer dizer 'Brexit', e nós faremos com que tenha êxito", repetiu a chefe do governo em uma jornada dedicada ao resultado do referendo e na qual discursaram também o ministro para a saída da UE, David Davis, e o titular das Relações Exteriores, Boris Johnson.

May explicou que decidiu apresentar um calendário sobre o "Brexit" para dar tranquilidade ao setor empresarial, apesar de ter admitido que não se revelarão muitos detalhes sobre a negociação para não prejudicar o resultado da mesma.

Também reiterou que o governo apresentará ao parlamento - possivelmente em abril ou maio de 2017 - o projeto de lei destinado a revogar a Lei de Comunidades Europeias de 1972, que abriu passagem à entrada britânica na UE um ano depois.

Ao mesmo tempo, May ressaltou que seu governo negociará como representante de todo o Reino Unido e que o país sairá do bloco europeu como "um todo Reino Unido", em clara referência aos desejos dos independentistas escoceses de permanecer na UE.

O Partido Nacionalista Escocês (SNP) da ministra principal, Nicola Sturgeon, considera a possibilidade de convocar outro plebiscito de independência porque quer que a região continue fazendo parte da União Europeia.

Em matéria de imigração, May considerou que este foi um fator muito importante que impulsionou os britânicos a votar pelo "Brexit", por isso seu país decidirá como controlará o movimento de pessoas.

"Faremos o que os países independentes e soberanos fazem. Vamos decidir nós como controlar a imigração", destacou.

Ao abordar o futuro das conversas com os sócios comunitários, May disse que se tratará de "uma negociação": "Isto requereria algo de ganhar e ceder. Mas que não fique dúvida, este será um acordo que funcione para o Reino Unido".

Por sua parte, David Davis insistiu que o Reino Unido controlará suas próprias fronteiras e que reduzirá a imigração.

O ministro para a saída da UE prometeu ainda que se respeitarão os direitos dos comunitários que vivem no Reino Unido, mas desde que se respeitem também os dos britânicos que vivem na Europa.

EFE   
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