Líderes europeus condenam o 'ataque mais mortal' da Rússia contra Kiev, que danificou prédios da UE
Pelo menos 14 pessoas morreram, sendo duas crianças, e mais de 40 pessoas ficaram feridas em Kiev, na Ucrânia, na noite de quarta para quinta-feira (28). Segundo o exército ucraniano, a Rússia lançou centenas de drones e mísseis durante um ataque noturno "massivo" contra o país. O presidente Volodymyr Zelensky reagiu dizendo que Kiev espera uma "resposta" da comunidade internacional.
Pelo menos 14 pessoas morreram, sendo duas crianças, e mais de 40 pessoas ficaram feridas em Kiev, na Ucrânia, na noite de quarta para quinta-feira (28). Segundo o exército ucraniano, a Rússia lançou centenas de drones e mísseis durante um ataque noturno "massivo" contra o país. O presidente Volodymyr Zelensky reagiu dizendo que Kiev espera uma "resposta" da comunidade internacional.
Informações de Emmanuelle Chaze, correspondente da RFI em Kiev e AFP
Foi mais uma noite de terror para milhões de habitantes da capital. O ataque combinou drones e cerca de dez mísseis lançados em várias ondas ao longo da noite. De acordo com o exército ucraniano, foram 629 projéteis disparados.
"Mais um ataque massivo contra nossas cidades. Mais assassinatos", declarou Zelensky. Segundo ele, os ataques mostram que a Rússia "prefere mísseis balísticos" às negociações diplomáticas para encerrar a guerra iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022.
A Ucrânia espera uma "reação" do mundo, incluindo novas sanções, e o presidente fez um apelo específico à China, aliada da Rússia, e à Hungria, membro da União Europeia, para que adotem posições firmes.
O Kremlin indicou na quinta-feira que a Rússia continua "interessada" nas negociações de paz com a Ucrânia, mas que continuará a realizar ataques no país enquanto seus "objetivos" não forem alcançados.
Noite de terror em Kiev
Testemunhas relataram que as primeiras explosões ocorreram antes mesmo das sirenes de alerta aéreo, o que impediu que todos os moradores de Kiev tivessem tempo de se abrigar. A noite foi marcada por explosões em diversos bairros da capital.
Cerca de 500 socorristas e mais de mil policiais vasculham os escombros para tentar encontrar sobreviventes.
Em outras regiões do país, o setor de energia foi afetado, deixando cerca de 60 mil pessoas sem eletricidade, especialmente na região de Vinnytsia.
Putin "mata crianças e sabota esperanças de paz"
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, acusou nesta quinta-feira o presidente russo, Vladimir Putin, de "matar crianças, civis e sabotar as esperanças de paz" após os ataques da Rússia contra Kiev na noite de quarta para quinta-feira. "Esse banho de sangue precisa acabar", declarou o líder britânico em sua conta na rede X, confirmando que o prédio do British Council foi "danificado" pelos bombardeios.
Mais de 20 locais foram atingidos, incluindo principalmente prédios residenciais, escritórios, uma creche e estruturas ferroviárias. Os ataques russos contra Kiev danificaram os escritórios da missão da União Europeia.
Os atos mostram que a Rússia "não recua diante de nada" para "aterrorizar" a Ucrânia, afirmou nesta quinta-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. "Trata-se do ataque com drones e mísseis mais mortais contra a capital ucraniana desde julho", lamentou ela. "Foi também um ataque contra nossa delegação", acrescentou.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também se manifestou e denunciou o "terror" e a "barbárie" da Rússia após os bombardeios noturnos em Kiev, e condenou "com a maior firmeza esses ataques insensatos e de grande crueldade", escreveu ele no X. "Apoio total ao povo ucraniano, profunda compaixão por todas as famílias enlutadas", acrescentou.