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Europa

Kerry acusa Rússia, mas diz que se reunirá com Lavrov

O secretário de Estado americano acusou Moscou de enviar agentes ao leste da Ucrânia para desestabilizar o país

8 abr 2014 - 13h45
(atualizado às 16h13)
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<p class="text">John Kerry anunciou nesta terça-feira que se reunirá novamente com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, para tentar resolver a crise ucraniana</p>
John Kerry anunciou nesta terça-feira que se reunirá novamente com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, para tentar resolver a crise ucraniana
Foto: Reuters

O secretário de Estado americano John Kerry acusou nesta terça-feira a Rússia de enviar agentes ao leste da Ucrânia para criar caos, mas também anunciou que se reunirá novamente com seu colega russo, o ministro das Relações Exteriores do país, Serguei Lavrov, provavelmente na próxima semana.

"Tudo o que vimos nas últimas 48 horas, de provocadores russos e agentes atuando no leste da Ucrânia, nos indica que foram enviados para lá para criar o caos", afirmou Kerry aos legisladores americanos.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, já havia alertado, na última segunda-feira, 7,  para a existência de provas que comprovariam que alguns manifestantes pró-russos teriam sido pagos e não viveriam na Ucrânia.

Apesar das acusações, Kerry anunciou que se reunirá novamente com Lavrov na próxima semana na Europa para tentar resolver a crise na Ucrânia. "Concordamos em nos reunir na Europa na próxima semana", acrescentou à Comissão de Assuntos Exteriores do Senado americano.

Manifestantes armados pró-Moscou ainda ocupavam nesta terça-feira edifícios do governo ucraniano em duas cidades no leste, cuja maioria da população é russófona, embora a polícia tenha encerrado uma terceira ocupação em uma operação-relâmpago noturna.

O serviço de segurança da Ucrânia disse que os separatistas que ocupam seu quartel-general em Luhansk plantaram bombas no prédio e que têm até 60 reféns. Os ativistas no local negaram ter explosivos ou reféns, mas disseram ter tomado um arsenal repleto de rifles automáticos.

O governo da Ucrânia diz que as ocupações que começaram no domingo são parte de um plano liderado pela Rússia para desmembrar o país, e Kerry declarou temer que Moscou possa repetir sua operação na Crimeia.

"Está claro que agentes e forças especiais russas foram o catalisador do caos das últimas vinte e quatro horas", disse ele em Washington, acrescentando que "isto tem o aspecto de um pretexto elaborado para uma intervenção militar, como vimos na Crimeia".

Moscou anexou a península do Mar Negro no mês passado depois de um referendo realizado quando as tropas russas já tinham tomado o controle da região.

Mais cedo, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, desqualificou as acusações ocidentais de que Moscou está desestabilizando a Ucrânia, dizendo que a situação só pode melhorar se Kive levar em conta os interesses das regiões de fala russa.

Tiros foram disparados, uma granada atirada e 70 pessoas detidas quando as autoridades ucranianas encerraram a ocupação da cidade de Kharkiv durante uma ação "antiterrorismo" de 18 minutos, informou o ministério do Interior.

Mas em outras partes do coração industrial do leste ucraniano, ativistas armados com fuzis Kalashnikov protegidos por barricadas de arame farpado prometeram não voltar atrás em sua exigência -- uma votação para voltar ao controle de Moscou.

Na cidade de Luhansk, um homem vestido com uniforme camuflado disse a uma multidão do lado de fora do edifício de segurança estatal ocupado: "Queremos um referendo sobre o status de Luhansk e a volta do russo como língua oficial".

O impasse do Kremlin com o Ocidente derrubou a confiança dos investidores na economia russa, e nesta terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua previsão de crescimento russo no ano para 1,3 por cento, menos da metade dos três por cento que tinha projetado inicialmente.

A Grã-Bretanha teme que a Rússia queira interromper os preparativos para a eleição presidencial do mês que vem na Ucrânia, que vem sendo administrada por um governo interino desde a deposição do presidente Viktor Yanukovich, aliado de Moscou, em fevereiro.

A Ucrânia, que foi controlada por Moscou até o colapso da ex-União Soviética mais de duas décadas atrás, está mergulhada no caos desde o final do ano passado, quando Yanukovich rejeitou relações mais estreitas com a União Europeia e reaproximou o país da Rússia, o que provocou protestos em massa nos quais mais de 100 pessoas foram mortas pela polícia e que fizeram Yanukovich deixar o cargo, levando à perda do controle de Kiev sobre a Crimeia.

Em Kiev, o ministro do Interior, Arsen Avakov, atribuiu parte de responsabilidade pela ocupação de Kharkiv ao presidente russo, Vladimir Putin. "Tudo isso foi inspirado e financiado pelo grupo Putin-Yanukovich", disse.

Com informações da AFP e Reuters.

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Fonte: Terra
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