França será representada no Oscar por filme de diretor iraniano Jafar Panahi
O filme "Um Simples Acidente", vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2025 e dirigido pelo iraniano Jafar Panahi, representará oficialmente a França no Oscar, anunciou o Centro Nacional de Cinema (CNC), responsável pela seleção, na quarta-feira (17). O longa, falado em persa, foi coproduzido na França.
O filme "Um Simples Acidente", vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2025 e dirigido pelo iraniano Jafar Panahi, representará oficialmente a França no Oscar, anunciou o Centro Nacional de Cinema (CNC), responsável pela seleção, na quarta-feira (17). O longa, falado em persa, foi coproduzido na França.
Apesar do seu reconhecimento internacional — ao longo de 37 anos de trabalho, Jafar Panahi recebeu importantes distinções e prêmios, entre eles nos festivais de Berlim e Veneza —, o diretor iraniano nunca havia competido ao prêmio da Academia de Cinema americana.
"A única maneira de concorrer a um Oscar é ser indicado por um país. E o Irã nunca quis que Jafar Panahi o representasse", lembrou Philippe Martin, fundador da Films de Pelléas e coprodutor do longa. "Também estou muito feliz, porque este filme tem uma mensagem política tão forte que quanto mais repercutir, mais será visto, mais será comentado, melhor será", comemorou.
O presidente do Centro Nacional do Cinema francês (CNC), Gaëtan Bruel, comemorou esta seleção, que, segundo ele, ilustra o papel da França como "o coração pulsante das coproduções internacionais e uma terra acolhedora para criadores de todo o mundo, especialmente aqueles impedidos de trabalhar em seus próprios países".
Ameaça de prisão
Rodado clandestinamente nos arredores de Teerã, com os poucos recursos e atores que assumiram riscos reais, o filme é uma viagem alucinante que mistura cenas burlescas e tragédia. Ele retrata cidadãos comuns unidos pela simples circunstância de terem sido torturados e detidos em algum momento por um regime dominado pela arbitrariedade.
A Palma de Ouro e a indicação ao Oscar são reconhecimentos importantes para o cineasta iraniano, que foi preso duas vezes em seu país de origem, para onde retornou após receber o prêmio em Cannes. Ele se recusou a deixar o Irã, apesar dos riscos que corre.
Está não é a primeira vez que o CNC seleciona um filme não falado em francês para representar a França no Oscar. Em 2015, o longa Mustang do diretor franco-turco Deniz Gamze Erguven foi selecionado.