PUBLICIDADE

Europa

Egito: charge de Maomé em capa de revista irrita autoridades

Para Valls, a França não perdeu sua 'luz' com os atentados

13 jan 2015 - 17h54
Compartilhar
Exibir comentários
Chargistas apresentam a edição de amanhã do Charlie Hebdo
Chargistas apresentam a edição de amanhã do Charlie Hebdo
Foto: AFP

Uma publicação que fica entre a sátira e a comoção. É assim que os chargistas do Charlie Hebdo pensaram a capa da edição que circulará nesta quarta-feira (14), com tiragem especial de mais de três milhões de exemplares. Porém, a capa com a imagem de Maomé promete causar novas polêmicas entre os muçulmanos.

Isso porque a religião proíbe que o Profeta seja estampado em imagens ou fotos. A autoridade egípcia que emite publicações religiosas islâmicas, a "Dar el Iftaa", já expressou sua reprovação sobre a nova edição do jornal. Segundo eles, essa "é uma provocação não justificável dos sentimentos de 1,5 bilhão de muçulmanos no mundo".

Charlie Hebdo chega aos centros de distribuição na França:

Mas, os desenhistas se defendem. Para Luz, autor da caricatura, "o nosso Maomé é simpático. É o meu personagem, que existe no meu lápis e existe quando desenho". Ao falar sobre a escolha, o chargista não conseguiu segurar as lágrimas e afirmou que desenhou um "Maomé que chora porque eu também estou chorando".

Discurso de Valls no Parlamento

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, discursou em uma sessão especial do Parlamento em memória das vítimas dos atentados da última semana e disse que a sociedade francesa não será derrotada pelos terroristas.

"Quiseram abater a mensagem da França, a sua luz. Mas, a França está sempre aqui e estará presente para sempre", destacou o premier afirmando que todo o país se sentiu afetado pelos ataques.

Ressaltando que os franceses não estão em guerra contra o Islã, Valls endureceu o tom dizendo que a nação está lutando contra "o terrorismo, o integralismo, o islamismo radical" e que "irá proteger, como sempre fez, todos os seus cidadãos - tanto aqueles que acreditam em um deus como quem não acredita".

Segundo o líder político, uma das urgências de seu governo é também "proteger nossos compatriotas muçulmanos". Ele ainda destacou que o mais importante para a nação é "ser laica" porque isso é o "coração" da República.

Ao apresentar dados da Inteligência francesa, o premier afirmou que passa de 1,2 mil o número de cidadãos que estão lutando com terroristas só "no Iraque e na Síria".

Armas

Um funcionário da polícia francesa afirmou que as armas usadas pelos terroristas nos ataques chegaram do exterior. Por isso, as autoridades estão investigando quem poderia ter financiado a chegada desse equipamento ao país.

Foto: Arte Terra

Fonte: ANSA Brasil
Compartilhar
Publicidade
Publicidade