Uma publicação que fica entre a sátira e a comoção. É assim que os chargistas do Charlie Hebdo pensaram a capa da edição que circulará nesta quarta-feira (14), com tiragem especial de mais de três milhões de exemplares. Porém, a capa com a imagem de Maomé promete causar novas polêmicas entre os muçulmanos.
Isso porque a religião proíbe que o Profeta seja estampado em imagens ou fotos. A autoridade egípcia que emite publicações religiosas islâmicas, a "Dar el Iftaa", já expressou sua reprovação sobre a nova edição do jornal. Segundo eles, essa "é uma provocação não justificável dos sentimentos de 1,5 bilhão de muçulmanos no mundo".
Mas, os desenhistas se defendem. Para Luz, autor da caricatura, "o nosso Maomé é simpático. É o meu personagem, que existe no meu lápis e existe quando desenho". Ao falar sobre a escolha, o chargista não conseguiu segurar as lágrimas e afirmou que desenhou um "Maomé que chora porque eu também estou chorando".
Discurso de Valls no Parlamento
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, discursou em uma sessão especial do Parlamento em memória das vítimas dos atentados da última semana e disse que a sociedade francesa não será derrotada pelos terroristas.
"Quiseram abater a mensagem da França, a sua luz. Mas, a França está sempre aqui e estará presente para sempre", destacou o premier afirmando que todo o país se sentiu afetado pelos ataques.
Ressaltando que os franceses não estão em guerra contra o Islã, Valls endureceu o tom dizendo que a nação está lutando contra "o terrorismo, o integralismo, o islamismo radical" e que "irá proteger, como sempre fez, todos os seus cidadãos - tanto aqueles que acreditam em um deus como quem não acredita".
Segundo o líder político, uma das urgências de seu governo é também "proteger nossos compatriotas muçulmanos". Ele ainda destacou que o mais importante para a nação é "ser laica" porque isso é o "coração" da República.
Ao apresentar dados da Inteligência francesa, o premier afirmou que passa de 1,2 mil o número de cidadãos que estão lutando com terroristas só "no Iraque e na Síria".
Armas
Um funcionário da polícia francesa afirmou que as armas usadas pelos terroristas nos ataques chegaram do exterior. Por isso, as autoridades estão investigando quem poderia ter financiado a chegada desse equipamento ao país.
Milhares de pessoas se reúnem na Praça da República em Paris, para paricipar da manifestação em homenagem às vítimas dos ataques terroristas à capital francesa
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Manifestantes exibem placas com a seguinte mensagem: " Je Suis Charlie", em referência à revista de humor atacada por dois irmãos terroristas
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Manifestantes sobem no monumento da Praça da República, que expõe os valores exaltados pela França: liberdade, igualdade e fraternidade
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Milhares de pessoas foram convocadas a participar da Marcha da Unidade, em Paris
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Manifestante exibe uma bandeira da França durante concentração na Praça da República
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Manifestação é realizada em memória das vítimas dos autores dos atentados contra a revista de humor Charlie Hebdo e a um mercado judaico de Paris
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O ex-presidente Nicolas Sarkozy recebe os cumprimentos do atual líder francês, François Hollande, no Palácio do Eliseu
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O primeiro ministro espanhol, Mariano Rajoy, é recebido pelo presidente francês antes do início das manifestações
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O rei da Jordânia, Abdullah, e a esposa, a rainha Rania, também foram a Paris para participar das homenagens
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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, cumprimenta o presidente da França, François Hollande
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acena para os jornalistas ao ser recebido por Hollande no Palácio do Eliseu
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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, é recepcionado pelo colega François Hollande na sua chegada ao Palácio do Eliseu
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Autoridades da Alemanha, Espanha, Jordânia, Israel, Reino Unido e de vários outros países se juntam ao presidente François Hollande durante a marcha pela liberdade
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O presidente francês, François Hollande, conforta o colunista do Charlie Hebdo Patrick Pelloux durante a marcha pela liberdade
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De braços dados, líderes mundiais marcham pela liberdade de expressão e em homenagem aos mortos nos atentados de Paris
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Manifestantes percorrem as ruas de Paris durante marcha pela liberdade
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Jovem francesa desenha dois lápis sendo atingidos por avião, de modo similar ao ataque as torres gêmeas em 11 de setembro de 2001
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Familiares de vítima carregam cartaz "Eu sou Michael Saada" durante a marcha em Paris
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Ao todo, 40 líderes mundiais perfilam com os braços entrelaçados em passeata em Paris, em torno do presidente francês, François Hollande
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Chinesa carrega cartaz em homenagem ao jornal alvo dos ataques na última quarta-feira, em francês e chinês
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Cartaz que foi o mote da manifestação, "Eu sou Charlie" é visto no meio da manifestação
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Lápis virou símbolo dos manifestantes contra o ódio provocado pelos extremistas nos atentados em Paris
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Colunista do Charlie Hebdo, Patrick Pelloux muito emocionado durante a marcha pela liberdade
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Homem toca estátua pichada ao lado do símbolo da marcha, "Je Suis Charlie"
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Franceses acedem velas com cair da noite na marcha pela liberdade em Paris
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Uma mulher acende uma luz e reverência os quatro cartunistas mortos no ataque à revista Charlie Hebdo
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Vista geral da marcha pela liberdade neste domingo
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Homem usa lápis durante ato em Paris em homenagem aos cartunistas mortos
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Franceses carregam bandeira do país e faixas em homenagem às vítimas do ataque
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Pessoas escalam monumento em Paris durante ato neste domingo
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Velas são acesas na praça da Liberdade em Paris
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Pessoas escalam o monumento da Queda da Bastilha durante os últimos momentos da marcha pela liberdade
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Premiê de Israel, Benjamin Netanyahu chega a Grande Sinagoga de Paris para discurso em homenagem às vítimas do ataque ao mercado kosher
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Premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e presidente francês, François Hollande, lado a lado na Grande Sinagoga de Paris