BBC não renova com Jeremy Clarkson, apresentador do Top Gear
A BBC confirmou nesta quarta-feira a decisão de não manter Jeremy Clarkson, o apresentador de Top Gear, o programa de maior audiência da corporação britânica, centrado nos automóveis, após a informação ser noticiada pela imprensa.
"É com pesar que anuncio hoje a Jeremy Clarkson que a BBC não renovará seu contrato", que expira no final de março, indicou em um comunicado Tony Hall, diretor-geral da BBC.
Ele considerou que o apresentador era culpado "de agressão física e verbal" contra um produtor do programa.
O apresentador, de 54 anos, foi suspenso há duas semanas pela emissora por brigar com um produtor, último de uma longa série de episódios polêmicos.
Pouco antes da confirmação da emissora, Jeremy Clarkson indicou em seu Twitter não estar ciente de nada.
O famoso apresentador, conhecido por sua irreverência, provocou uma série de polêmicas com tiradas de provocação e, por vezes, racistas - tratando, por exemplo, os mexicanos de "preguiçosos" e "não servem para nada".
Clarkson e o programa também foram acusados recentemente de provocação por uma placa "H982FLK", na qual os argentinos viram uma alusão à guerra das Malvinas. Já o apresentador denunciou que a caravana da equipe foi violentamente atacada na Patagônia.
Apesar desta reputação, Jeremy Clarkson recebeu um forte apoio dos telespectadores, que lançaram um manifesto pedindo seu retorno à BBC e que recolheu mais de um milhão de assinaturas na plataforma change.org.
Até o primeiro-ministro britânico David Cameron tentou ajudá-lo, descrevendo-o como "um dos (seus) amigos, e um grande talento."
Para a BBC, o fim do contrato com Jeremy Clarkson pode ter implicações financeiras significativas relativas ao Top Gear, que arrecada cerca de 50 milhões de libras por ano (EUR 68 milhões de dólares).
O programa tem uma audiência excepcional, estimada em 6,5 milhões de telespectadores que acompanham a série apenas no Reino Unido. Eles seriam 350 milhões em todo o mundo.