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Acordo entre Washington e Kiev sobre minerais não altera curso da guerra a curto prazo

Editorialistas franceses continuam a analisar nesta sexta-feira (2) o acordo assinado entre Washington e Kiev, em 30 de abril, que dá aos Estados Unidos um acesso prioritário aos recursos minerais ucranianos em troca do apoio americano para reconstruir a Ucrânia. Embora celebrado como um avanço no processo de paz pelo governo ucraniano, o documento não deve mudar, por enquanto, o curso da guerra.

2 mai 2025 - 10h42
(atualizado às 10h49)
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Editorialistas franceses continuam a analisar nesta sexta-feira (2) o acordo assinado entre Washington e Kiev, em 30 de abril, que dá aos Estados Unidos um acesso prioritário aos recursos minerais ucranianos em troca do apoio americano para reconstruir a Ucrânia. Embora celebrado como um avanço no processo de paz pelo governo ucraniano, o documento não deve mudar, por enquanto, o curso da guerra.

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e a vice-primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko, assinam, em Washington, o acordo que dá acesso preferencial aos EUA na extração de minerais ucranianos. 30 de abril de 2025
O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e a vice-primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko, assinam, em Washington, o acordo que dá acesso preferencial aos EUA na extração de minerais ucranianos. 30 de abril de 2025
Foto: via REUTERS - Yulia Svyrydenko via Facebook / RFI

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou o acordo "realmente justo", por criar oportunidades importantes de investimentos na Ucrânia. Zelensky se refere ao fundo de recuperação que será criado pelos dois países, administrado em partes iguais. Parte dos lucros gerados com a extração dos minerais ucranianos ainda inexplorados, principalmente aqueles cobiçados por empresas de novas tecnologias, será reinvestida no país.

Apesar das dificuldades iniciais entre Donald Trump e Zelensky, o jornal Le Figaro acredita que o encontro entre os dois líderes na Capela Sistina, durante o funeral do papa Francisco, pode ter influenciado o republicano a se decidir por um entendimento menos desfavorável à Ucrânia. Para o diário francês, a assinatura representa um passo na direção certa, mas mostra que o caminho para a paz ainda será longo e cheio de armadilhas criadas pelo russo Vladimir Putin.

Para a Ucrânia, o acordo é visto como uma vitória, diz o jornal, já que Kiev conseguiu envolver o parceiro americano em um projeto de longo prazo. No entanto, o acerto econômico sobre os minerais não deve mudar muita coisa de imediato, pois a dificuldade hoje é saber como manter os compromissos para uma paz duradoura, garantindo que Putin não volte a atacar a Ucrânia após a conclusão de um cessar-fogo, comenta, sob anonimato, um diplomata entrevistado pelo jornal.

Acordo "justo"

O Le Parisien lembra que, há três meses, o objetivo da Casa Branca era se apropriar, sem contrapartidas, dos recursos minerais da Ucrânia para reembolsar o apoio militar e financeiro concedido a Kiev pelo ex-presidente Joe Biden. Desta vez, foi criado um fundo para apoiar a reconstrução do país em troca da exploração dos minérios.

Apesar de Zelensky considerar o acordo "justo", cientistas políticos lembram que a concessão feita pela Ucrânia é considerável. Segundo os termos do documento, o país renunciará a metade de seus recursos minerais. Por outro lado, o texto não contém nenhuma garantia de segurança dos Estados Unidos. Além disso, Trump é tão imprevisível que nada impede que, amanhã, ele assine um acordo com Putin, salienta um especialista em geopolítica e segurança entrevistado pelo Le Parisien.

Com esse pacto, Kiev espera obter garantias de segurança dos Estados Unidos e, assim, se proteger de futuros ataques russos. O acordo ainda deve ser ratificado pelo Parlamento ucraniano.

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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