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Estados Unidos

Confira o que disseram democratas e republicanos sobre o acordo

16 out 2013 - 17h09
(atualizado às 17h26)
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<p>Senadores deixam o Capitólio norte-americano após uma convenção política do Senado Republicano, em Whatshington</p>
Senadores deixam o Capitólio norte-americano após uma convenção política do Senado Republicano, em Whatshington
Foto: Jonathan Ernst / Reuters

A poucas horas do prazo final, senadores republicanos e democratas chegaram a um acordo para votar, ainda nesta quarta-feira, uma legislação para reabrir o governo federal americano - parcialmente paralisado há mais de duas semanas - e elevar o teto da dívida do país temporariamente.

O acordo, muito parecido com o que está na mesa no Senado desde o início da semana, financia o governo federal até o dia 15 de janeiro e estende os "poderes extraordinários" do Tesouro para continuar tomando empréstimos para pagar credores até o dia 7 de fevereiro.

Entretanto, o projeto contém mudanças ainda menos significativas na reforma da saúde do presidente Barack Obama do que o que vinha sendo discutido, o que eleva as incertezas sobre como a legislação será recebida pela Câmara dos Deputados.

A reforma, conhecida nos Estados Unidos como Obamacare, enfrenta forte resistência de setores mais conservadores do partido republicano, o que vem impedindo um acordo para encerrar a paralisação do governo e elevar o teto.

Pelo acordo, o governo teria apenas de se certificar que os americanos recebendo subsídios para comprar planos de saúde - um dos pilares da reforma de Obama - de fato se enquadrem no devido patamar sócio-econômico.

Fim do impasse

A proposta de legislação foi formulada horas antes do fim do prazo para que o Congresso americano estenda a autorização para que o Tesouro continue rolar a sua dívida de US$ 16,7 trilhões, tomando mais empréstimos para pagar credores.

Como o Tesouro arrecada menos do que paga diariamente em dívidas, o caixa do país só poderia pagar todas as dívidas até o fim do mês.

"Nosso país chegou à beira do desastre", disse líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid. "Esta legislação encerra um impasse que paralisou o trabalho em Washington."

Já o negociador republicano, o líder da minoria na Câmara alta, Mitch McConnell, disse que as condições são "bem menos do que muitos de nós esperávamos, francamente, mas bem melhor do que muitos pediam". "Agora é hora de os republicanos se unirem em torno de outros objetivos cruciais", afirmou McConnell.

Foto de menino em zoo se torna viral
Reprodução

Um zoológico fechado por causa do shutdown – o impasse político que paralisa o governo há quase duas semanas. Uma foto de um menino vestindo uma fantasia de urso olhando através da grade. Nela está afixado um aviso de que as visitas àquele parque estão temporariamente suspensas.

Incertezas na Câmara

Porém, o Senado é dominado pelos democratas, e ainda não está claro se o projeto formulado na casa pode reunir votos suficientes de democratas e republicanos moderados para ser aprovado na Câmara, onde os republicanos mais conservadores têm insistido em críticas à reforma da saúde.

Um dos senadores líderes dos conservadores, Ted Cruz, criticou duramente o acordo costurado pelos colegas na Câmara alta e pediu aos deputados que continuem insistindo em mudanças no Obamacare.

"Infelizmente, mais uma vez, parece que Washington está se recusando a escutar o povo americano", disse Ted Cruz a repórteres. "O acordo que está sendo costurado não prevê nenhum alívio para os milhões de americanos que estão sendo prejudicados pelo Obamacare."

Ted Cruz elogiou a Câmara dos Deputados por tomar uma "posição firme" nas negociações. "Infelizmente, o Senado americano tem se recusado a fazer o mesmo", alfinetou. A proposta fechada no Senado estenderia até o ano que vem, quando ocorrem eleições legislativas, uma discussão mais aprofundada sobre os gastos e receitas do governo.

O dia 15 de janeiro – data até quando o plano daria aval para o governo se custear – coincide com o dia em que uma nova leva de cortes de gastos e fim de isenções fiscais deve ser aplicada.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que o presidente Obama espera uma "aprovação rápida" do projeto em ambas as casas legislativas.

Questionado se a legislação representaria uma vitória para o governo, Carney disse que "não há ganhadores aqui". "A economia foi abalada", afirmou o porta-voz. "O povo americano pagou um preço por isso."

Tuíte de um repórter do jornal NYT mostra o porta-voz republicano Boehner cercado de fotógrafos após a reunião com seus colegas de partido.

Risco à credibilidade

À medida que o Congresso se aproximava do acordo para elevar o teto da dívida, nesta semana, a pressão para que os deputados e senadores chegassem a um acordo foi se elevando.

Na quarta-feira, a agência de avaliação de crédito Fitch colocou uma avaliação negativa nos títulos americanos, indicando que pode rever, nos próximos seis meses, a nota AAA – maior possível – atribuída aos papeis do país. Outra agência, Standard & Poor’s, já rebaixou esses papéis após impasse semelhante no Congresso em 2011.

Na segunda-feira, os dois maiores credores americanos, China e Japão – que detêm US$ 1,28 trilhão e US$ 1,14 trilhão em dívida americana, respectivamente – manifestaram-se publicamente, pedindo aos EUA que evitassem incertezas que ponham em risco a credibilidade dessas emissões.

Segundo números do Tesouro americano, até julho o Brasil possuía US$ 256 bilhões em títulos, fazendo do país a terceira maior nação credora dos EUA.

Confira a linha do tempo do impasse entre governo e oposição nos EUA

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