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Em meio a tensão política, Sarkozy alerta para crise institucional na França

As principais revistas francesas desta semana se debruçam sobre a política interna do país. Em uma longa entrevista exclusiva para a Le Point, Nicolas Sarkozy, presidente da França entre 2007 e 2012, alerta para o risco de ruptura na política da Quinta República. Já a L'Express foca no malabarismo econômico feito pela extrema direita francesa - representada na capa do periódico por Jordan Bardella e Marine Le Pen do partido Reunião Nacional (RN) - na tentativa de agradar tanto sua base popular quanto a ganhar apoio do setor empresarial.

13 dez 2025 - 11h48
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Na Le Point, Sarkozy fala em clima pré-revolucionário e prevê a possibilidade de mudança de regime, lembrando que na França isso nunca ocorreu sem violência. "A situação é grave, pois, há quase 70 anos, as condições para uma insurreição raramente estiveram tão reunidas em nosso país." 

Imagem ilustrativa de uma celebração do RN, partido de extrema direita francês, pelo aniversário da sua vitória nas eleições europeias ao lado dos seus aliados europeus, em 9 de junho de 2025.
Imagem ilustrativa de uma celebração do RN, partido de extrema direita francês, pelo aniversário da sua vitória nas eleições europeias ao lado dos seus aliados europeus, em 9 de junho de 2025.
Foto: © Jean-François Monier / AFP / RFI

O ex-presidente, recentemente preso durante algumas semanas em Paris após condenação por um esquema de financiamento ilegal de sua campanha presidencial de 2007 pelo ex-líder líbio Khadafi, faz críticas à esquerda francesa. Para ele, "a esquerda traiu todas as suas lutas de outrora em favor dos direitos humanos."  

Nicolas Sarkozy reconhece na entrevista a Le Point o crescimento e a força da extrema direita. No entanto, descarta, como vem sendo cogitado nos bastidores do seu partido Os Republicanos, ser o candidato de uma aliança conservadora das eleições presidenciais de 2027. 

Mas, o ex-presidente deixa claro que não está nos seus planos abandonar a vida política. Ele não quer repetir o passado e diz que prefere desempenhar um novo papel. 

Extrema direita tenta se fortalecer na França

A L'Express destaca que o RN entra 2026 em um "mistura explosiva". De um lado, algumas figuras do partido de extrema direita buscam a credibilidade nos meios empresariais, enquanto o outro lado segue firme na linha populista.  

Segundo a revista, a aproximação com o patronato é nítida. Empresários antes relutantes agora aceitam dialogar com o Reunião Nacional, e abrem portas para reuniões com Marine Le Pen e Jordan Bardella, buscando influenciar a linha econômica do partido, descreve o texto. Para a L'Express o objetivo é "melonizar" o RN, ou seja, torná-lo mais pragmático e liberal, à semelhança de Giorgia Meloni na Itália. 

A popularidade do jovem Jordan Bardella, presidente da sigla, também é abordada na reportagem. Com a filha do fundador do partido, Marine Le Pen, fora da corrida presidencial por conta de um processo judicial e queda nas pesquisas, Bardella desponta como sucessor. A dúvida atual do RN é se Bardella é forte o suficiente para ser candidato em uma disputa presidencial.  

Além das dúvidas que pairam e na incerteza sobre quem será o nome da extrema direita na corrida eleitoral, a revista ressalta o risco estratégico de misturar discursos populistas e liberais que podem gerar cacofonia econômica. Sem clareza, o RN corre risco de perder credibilidade tanto com empresários quanto com sua base popular, conclui L'Express

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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