PUBLICIDADE

Mundo

Eleições/Daniel Taddone, candidato à Câmara da Itália (2)

21 fev 2018 - 14h25
(atualizado às 14h37)
Compartilhar
Exibir comentários

O senhor é a favor da imposição de um limite de geração à concessão de cidadania jus sanguinis, como propôs um senador italiano no fim do ano passado? Eu sou absolutamente contrário a qualquer tipo de limite de geração, ou outro tipo de limite, inclusive limite de saber a língua e etc. Eu acho que a Itália tem uma dívida conosco, que somos descendentes, e a Itália tem que passar a ver-nos, nós, descendentes, como um potencial, como um recurso, porque nós somos. Ou seja, esses milhões de ítalo-descendentes no mundo são um recurso inestimável para a Itália. E cabe ao parlamentar eleito no exterior fazer chegar à Itália essa situação e conscientizar o governo italiano do nosso potencial e nossa fortaleza.

    Um dos projetos que ficaram pendentes na última legislatura italiana foi o do jus soli. Se eleito, o senhor defenderá a aprovação dessa lei? A questão do jus soli é muito complexa, e minha maior crítica à questão do jus soli é a inconveniência do momento. Ou seja, no momento em que a Itália tem que se ver com a maior crise migratória talvez das últimas décadas, essa lei do jus soli é muito inconveniente. Ela tem que ser mais bem discutida, ela tem que ser um pacto da sociedade. Eu sou contrário à lei proposta atualmente. A única coisa é que poderia existir uma diferença de tratamento para os imigrantes que estão lá, e possa ter mais ajuda para aqueles que realmente trabalham e contribuem.

    Nos últimos anos, a Itália foi destino de um dos maiores deslocamentos em massa desde a Segunda Guerra Mundial. Qual, na visão do senhor, deve ser a postura do governo para lidar com a crise migratória e de refugiados no Mediterrâneo? O fator mais importante é uma parceria com os Estados, com os países de origem dos imigrantes e os países de passagem. Essa é a coisa mais importante. A Itália não pode suportar sozinha todo esse fluxo, ela tem que dividir com seus parceiros europeus.

    Contudo, deve sempre estar presente a humanidade no tratamento com as pessoas. Essas pessoas estão desesperadas, e a Itália tem que, obviamente, tratá-las humanamente, dentro do possível.

    Porém a parceria com os países de origem e a Europa é importantíssima.

    Quem é o candidato ou candidata do senhor a primeiro-ministro nas eleições de março? Meu candidato a primeiro-ministro é aquele que se comprometer com as políticas para os italianos no exterior, para os italianos na América do Sul. O governo que for pedir a confiança dos parlamentares e se comprometer programaticamente com os italianos na América do Sul terá minha confiança. Eu não tenho nenhum candidato prévio. Eu, se eleito, vou dar a minha confiança parlamentar àqueles que apresentarem um conteúdo programático sólido para favorecer os italianos da América do Sul.

Ansa - Brasil   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade