Draghi e Merkel apelam por maior compromisso europeu com migração
Líderes se reuniram em Berlim nesta segunda-feira
O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, foi recebido nesta segunda-feira (21) pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e exigiu um "maior compromisso europeu" em relação à política migratória.
"Precisamos de um compromisso maior, não só no que diz respeito à situação em países como a Líbia, mas também naqueles de origem desta migração, como a Eritreia e outros países africanos", disse Draghi, durante coletiva de imprensa conjunta.
A situação na Líbia é um dos temas que será abordado na conferência de paz em Berlim, na próxima quarta-feira (23), quando será debatido o governo de transição e as partes envolvidas no conflito.
"O objetivo deve ser substituir a imigração ilegal, administrada por máfias dedicadas ao tráfico de pessoas, por uma migração legal ordenada", explicou Merkel.
Os dois líderes declararam que "há uma proximidade de pontos de vista sobre a dimensão externa" e que é necessária uma presença muito maior da UE, inclusive economicamente, no norte da África, não só na Líbia e na Tunísia, mas também no Sahel, no Mali, e também na Etiópia.
"A Itália é um país de chegada, somos afetados por fluxos secundários. Precisamos começar a atuar a partir dos países de origem e estamos totalmente de acordo com essa gestão", disse Merkel. "Houve muito poucas diferenças de opinião nas discussões que tivemos e é uma sensação boa".
Em relação à emergência sanitária provocada pelo novo coronavírus Sars-CoV-2, Draghi ressaltou que ambos os países estão "cautelosos".
Já a chanceler alemã enfatizou que os dois estão "felizes que haja uma melhoria substancial, mas é um progresso frágil". "A cota de vacinas está crescendo, mas ainda não podemos dizer que estamos nos aproximando da imunidade coletiva também porque estamos expostos a novas variantes", lembrou ela.
Além disso, Draghi afirmou que seu governo está comprometido com reformas, que tornem a Itália mais justa e sustentável. "Este é o compromisso deste governo e o compromisso continuará. Para ter uma Europa mais forte é preciso ter uma Itália mais forte".
Ele ressaltou que a "relação entre Itália e Alemanha é profunda, duradoura e sólida, porque "são dois países fundados no europeísmo e no atlantismo". "As posições em relação aos EUA, Rússia, China e Norte de África são muito próximas".
Eurocopa -
Por fim, Draghi e Merkel também cogitaram a possibilidade de transferir a final da Eurocopa de Wembley para Roma, para garantir que a disputa "não seja realizada em países com muitas infecções".