Coronavírus: cruzeiro 'pária' consegue autorização para atracar após 5 rejeições por medo de infecções
Mais de 2 mil passageiros de navio americano ficaram presos em alto-mar por causa de temores sobre novo vírus.
Um cruzeiro isolado em alto-mar por causa do novo coronavírus foi finalmente autorizado a atracar no Camboja.
O MS Westerdam foi rejeitado por cinco lugares na Ásia nos últimos dias.
Outro cruzeiro em quarentena no Japão tem mais de 200 pessoas infectadas — mas Westerdam, com mais de 2 mil tripulantes e passageiros, não tem nenhum caso confirmado.
Na terça-feira (11/02), o cruzeiro tentou atracar em Bangcoc, na Tailândia, mas não recebeu autorização.
Um navio da Marinha tailandesa o escoltou para fora do Golfo da Tailândia, de onde seguiu para o Camboja.
Na manhã desta quinta-feira (13/02), o navio finalmente chegou a um ponto de ancoragem na cidade portuária de Sihanoukville.
"Nesta manhã, apenas ver terra foi um momento de tirar o fôlego", disse à Reuters a passageira Angela Jones, dos EUA. "Pensei: isso é real?"
O Westerdam, administrado pela Holland America Line, com sede nos EUA, partiu de Hong Kong em 1º de fevereiro com 1.455 passageiros e 802 tripulantes a bordo.
O cruzeiro estava programado para durar duas semanas — e com esses 14 dias chegando ao fim, havia preocupações com suprimentos de combustível e alimentos.
Antes da Tailândia, Taiwan, Guam, Filipinas e Japão haviam rejeitado o navio.
"Tivemos vários momentos em que chegamos quase lá; pensamos que estávamos indo para casa, mas acabávamos rejeitados", disse Jones.
O capitão do navio, Vincent Smit, disse que o navio ancoraria fora de Sihanoukville para permitir que as autoridades realizassem exames de saúde a bordo.
Os passageiros vão poder, então, desembarcar e voltar a seus países de origem a partir da capital do país, Phnom Penh.
A embaixada dos EUA no Camboja disse que enviou uma equipe para ajudar seus cidadãos a planejar seu retorno para casa.
A decisão do Camboja de receber o MS Westerdam foi elogiada pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Foi "um exemplo da solidariedade internacional que sempre pedimos", disse Tedros Ghebreyesus.
Os passageiros a bordo de Westerdam passaram por exames de saúde rotineiros, e até o momento não houve casos confirmados.
Já o cruzeiro isolado no Japão, em quarentena no porto de Yokohama, atualmente tem mais de 210 casos confirmados, tornando o Diamond Princess o maior aglomerado de infectados por coronavírus fora da China.
Nem todos os passageiros foram examinados e o número de casos pode continuar aumentando. Outros 44 testaram positivo para o vírus nesta quinta-feira.
Outro cruzeiro ficou em quarentena por vários dias nos arredores de Hong Kong, porque um passageiro havia sido anteriormente diagnosticado com o vírus.