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Conselho de Segurança da ONU aprova proposta dos EUA de cessar-fogo em Gaza

Proposta teve 14 votos a favor e uma abstenção, da Rússia

10 jun 2024 - 17h09
(atualizado às 22h54)
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Resumo
Proposta de cessar-fogo da ONU envolvendo Israel e Hamas foi aprovada pelo Conselho de Segurança.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas, a ONU, aprovou nesta segunda-feira, 10, um acordo de cessar-fogo elaborado pelos Estados Unidos.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas, a ONU, aprovou nesta segunda-feira, 10, um acordo de cessar-fogo elaborado pelos Estados Unidos.
Foto: Reprodução/Getty Images

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta segunda-feira, 10, um acordo de cessar-fogo elaborado pelos Estados Unidos. A proposta pretende encerrar o conflito que já dura oito meses entre Israel e Hamas em Gaza. 

A proposta teve 14 votos a favor e uma abstenção, da Rússia, e pede que ambas as partes em guerra a implementem integralmente, “sem demora e sem condições”. 

O presidente dos EUA, Joe Biden, descreveu o acordo como “não apenas um cessar-fogo que seria inevitavelmente frágil e temporário”, mas que proporciona um “fim duradouro à guerra”. Segundo a ONU, os termos do acordo foram informados pelo Catar à liderança do Hamas. 

Fases do cessar-fogo

A ideia é adotar uma abordagem em três fases para que o cessar-fogo seja duradouro. A primeira seria: um cessar-fogo imediato com a libertação de reféns (incluindo mulheres, idosos e feridos), a devolução dos restos mortais de alguns reféns que foram mortos e a troca de prisioneiros palestinos, além da retirada das forças israelitas das “áreas povoadas” de Gaza e regresso dos palestinos para suas casas.

Já para a segunda fase, o texto pede o fim permanente de hostilidades em troca da libertação de todos os reféns que ainda estão em Gaza e da retirada total das forças israelitas. 

Na terceira e última fase, é previsto o início de um grande plano de reconstrução para Gaza e a devolução para Israel de qualquer resto mortal de quaisquer reféns falecidos que ainda estivessem na Faixa. 

Até o momento, tem sido rejeitada pelos membros do Conselho de Segurança qualquer tentativa de mudança demográfica ou territorial na Faixa de Gaza, o que também inclui ações que possam reduzir o território. 

A proposta reitera o “compromisso inabalável” do Conselho com a visão da solução dos dois Estados, Israel e Palestina, para viverem em paz lado a lado, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas da ONU.

“A este respeito, sublinha a importância de unificar a Faixa de Gaza com a Cisjordânia sob a Autoridade Palestina”, acrescenta a resolução.

De acordo com a mídia internacional, o projeto foi finalizado no domingo, 9, após uma série de negociações entre os membros do Conselho. Para ser aprovada, a proposta precisava de, pelo menos, nove votos a favor e nenhum veto dos quatro países permanentes: França, Grã-Bretanha, China ou Rússia. 

Não há certeza de que as partes vão acatar o acordo. Em março deste ano, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução de cessar-fogo imediato, que não foi seguido pelas partes em guerra. 

Conflito em Gaza

Desde outubro de 2023, mais de 37 mil palestinos já morreram e 84 mil ficaram feridos. Do lado israelense, 1200 pessoas morreram, 8 mil foram feridas e outras 252 foram sequestradas. Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA na ONU, que votou contra propostas anteriores de cessar-fogo, alegou que resta ao Hamas aceitar o acordo de cessar-fogo de Biden.

“Esta proposta pode garantir a volta de reféns para casa, a segurança de Israel e permitiria uma onda de ajuda humanitária e serviços essenciais, incluindo água e eletricidade, instalações médicas e remoção de escombros para civis palestinos em Gaza, e prepararia o terreno para um acordo político que proporcione uma melhor futuro para israelenses e palestinos", afirmou.

Em um comunicado, o Hamas saudou a resolução do Conselho e afirmou que está pronto para cooperar com os mediadores para a implementação dos termos. 

“O Hamas saúda o que está incluído na resolução do Conselho de Segurança, que afirma o cessar-fogo permanente em Gaza, a retirada completa, a troca de prisioneiros, a reconstrução, o retorno dos deslocados às suas áreas de residência, a rejeição de qualquer mudança demográfica ou redução na área da Faixa de Gaza e a entrega da ajuda necessária ao nosso povo na Faixa", disse. 

Fonte: Redação Terra
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