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Imigrantes elevam tensão na fronteira entre EUA e México

Cerca de seis mil imigrantes criaram uma longa fila na fronteira; objetivo era comemorar o Dia de Ações de Graças do outro lado da divisa

23 nov 2018 - 10h13
(atualizado às 11h02)
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Centenas de imigrantes da América Central se concentraram na fronteira entre o México e os Estados Unidos na quinta-feira, quando a implementação de medidas de segurança criou longas filas de mexicanos que seguiam para comemorações do Dia de Ação de Graças do outro lado da divisa.

Com poucos pertences e muitos acompanhados por crianças, os imigrantes partiram para a fronteira saindo de um campo de beisebol da cidade mexicana de Tijuana, onde estavam acampados. Cerca de seis mil imigrantes, que atravessaram o México a pé em uma caravana nas últimas semanas, estão abrigados no campo atualmente.

Agentes norte-americanos participam de exercício de prontidão em Tijuana, na fronteira entre o México e os Estados Unidos 22/11/2018 REUTERS/Hannah McKay
Agentes norte-americanos participam de exercício de prontidão em Tijuana, na fronteira entre o México e os Estados Unidos 22/11/2018 REUTERS/Hannah McKay
Foto: Reuters

Eles chegaram à passagem de Chaparral, que faz fronteira com San Diego, na Califórnia, e disseram que esperariam ali até poderem pedir asilo, apesar das ações crescentes dos EUA para reforçar a segurança da fronteira.

"Já estamos desesperados, choveu a noite passada e todos ficamos molhados. Não existe mais espaço. Estamos todos doentes. Meus filhos estão gripados... e ninguém veio nos dar ajuda", disse David, hondurenho que só informou seu primeiro nome.

Na manhã de quinta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse ter autorizado o uso de força letal na fronteira e alertou que os Estados Unidos podem fechá-la por completo.

A passagem veicular de San Ysidro para San Diego, uma das mais movimentadas do mundo, foi interditada brevemente na tarde de quinta-feira por autoridades dos EUA que realizaram um exercício de segurança.

Dezenas de milhares de mexicanos entram em solo norte-americano todos os dias para trabalhar ou estudar, e muitos estavam tentando chegar para celebrações do Dia de Ação de Graças. Mariana del Campo, uma professora aposentada, esperava cruzar a fronteira antes da interdição, mas ficou retida na fila.

"O que está acontecendo na fronteira é enlouquecedor", disse esperando em seu carro. "Não sei quanto tempo podemos aguentar isso. Alguém vai ficar cansado ou estourar".

Também presa na fila para ir comemorar o feriado, Aurora Diaz, de 54 anos, disse que sua filha mora nos EUA e reluta em visitar o México por medo de que Trump feche a fronteira.

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