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Como Biden reagiu na disputa presidencial democrata em Iowa

24 jan 2020 - 18h23
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A moradora de Iowa Carolyn Miller há muito levantava dúvidas sobre a candidatura de Joe Biden, acreditando que o ex-vice-presidente dos Estados Unidos era velho demais e teria dificuldades para derrotar o presidente Donald Trump na eleição de novembro.

Ex-vice-presidente dos EUA Joe Biden fala durante evento de campanha em Iowa
21/01/2020
REUTERS/Shannon Stapleton
Ex-vice-presidente dos EUA Joe Biden fala durante evento de campanha em Iowa 21/01/2020 REUTERS/Shannon Stapleton
Foto: Reuters

Então ela viu Biden, de 77 anos, falar em uma faculdade comunitária em Fort Dodge nesta semana.

"Esta noite resolveu para mim. Eu não o achei velho", disse Miller, que tem 78 anos, depois. "Temos que tê-lo lá para arrumar as coisas."

Faltando poucos dias para que Iowa inicie formalmente, no dia 3 de fevereiro, as primárias para a escolha do candidato do Partido Democrata na eleição presidencial deste ano, eleitores como Miller podem explicar a recente onda de Biden no topo das pesquisas de opinião.

Além do reconhecimento do nome como o número 2 do ex-presidente Barack Obama e da atenção dada às viagens de ônibus pelo Estado agrícola, Biden parece estar ganhando o argumento de elegibilidade com os eleitores democratas. Eles citam cada vez mais a derrota de Trump como sua principal preocupação e disseram consistentemente que Biden é o candidato mais provável de conseguir isso.

Biden aproveitou a última crise com o Irã para divulgar suas credenciais de política externa. O democrata também usou a batalha de impeachment sobre o esforço de Trump para convencer a Ucrânia a investigá-lo para mostrar sua capacidade de resistir a ataques de um presidente republicano que, argumenta Biden, teme tê-lo como concorrente.

A reviravolta de Biden, que estava atrás dos rivais Bernie Sanders, Elizabeth Warren e Pete Buttigieg em Iowa durante boa parte do ano passado, apesar de liderar as pesquisas nacionais, é um sinal promissor para o candidato que conquistou menos de 1% dos votos no Estado na sua tentativa fracassada de candidatura em 2008.

Biden agora está à frente ou empatado pela liderança em Iowa com Sanders, senador pelo Vermont. Ele também subiu para o segundo lugar, atrás de Sanders, nas médias das pesquisas em New Hampshire, o segundo Estado a realizar uma primária democrata.

JANELA DE OPORTUNIDADE

Uma vitória de Biden em Iowa pode desequilibrar a corrida. Ao contrário de Warren e Buttigieg, que apostam fortemente no Estado predominantemente branco para impulsionar suas campanhas, Biden tem um apoio muito mais forte dos eleitores afro-americanos na Carolina do Sul e em outros Estados mais diversos que poderiam ajudá-lo a selar a indicação.

A disputa permanece extremamente fluida e próxima entre os principais candidatos. Biden também enfrenta uma ameaça de Michael Bloomberg, o bilionário ex-prefeito de Nova York que está gastando milhões de sua fortuna em sua própria campanha para a Casa Branca focada em Estados eleitorais que realizarão primárias posteriormente.

Ainda assim, a campanha de Biden mudou sua postura. Se antes procurava alimentar expectativas baixas sobre a disputa em Iowa, agora tem dito que uma vitória lá lhe permitiria controlar a corrida pela indicação democrata desde o início.

O julgamento de impeachment de Trump deu a Biden outra janela de oportunidade. Sanders, Warren e outro senador democrata presidenciável, Amy Klobuchar, estão em Washington atuando no julgamento no Senado.

Isso deixou Iowa praticamente só para o moderado Biden fazer campanha nos últimos dias.

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