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Mundo

China diz aos EUA que país “pagará o preço” caso Pelosi visite Taiwan

Em resposta, Casa Branca ressaltou que os Estados Unidos "não serão intimidados"

2 ago 2022 - 08h21
(atualizado às 11h01)
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Protesto contra visita de Nancy Pelosi em Taiwan
Protesto contra visita de Nancy Pelosi em Taiwan
Foto: Reuters

A China enviou um recado aos Estados Unidos nesta terça-feira, 2, que o governo “pagará o preço" pela visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos EUA, a Taiwan. “Os Estados Unidos carregarão essa responsabilidade e pagarão o preço por minar a soberania e segurança da China”, disse Hua Chunying, porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China. 

Também nesta terça, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que os políticos norte-americanos que "brincam com fogo" na questão de Taiwan "não terão um bom fim", de acordo com uma declaração do ministério. Ele não mencionou nenhum político dos Estados Unidos especificamente. 

Casa Branca: EUA não serão intimidados pela China

Na segunda-feira, 1º, a Casa Branca admitiu prever que a China intensifique nos próximos dias sua resposta a uma possível visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos a Taiwan, mas ressaltou que os EUA não serão intimidados.

Nancy Pelosi
Nancy Pelosi
Foto: Reuters

As ações da China podem incluir o lançamento de mísseis perto de Taiwan, atividades aéreas ou navais em larga escala ou outras "reivindicações espúrias", afirmou o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, a repórteres.

"Nós não vamos morder a isca ou nos envolver em ameaça de guerra. Ao mesmo tempo, não seremos intimidados", afirmou.

Pelosi tem o direito de visitar Taiwan, disse a Casa Branca, acrescentando que a China parecia preparada para responder, possivelmente com provocações militares.

Pelosi deve visitar Taiwan nesta terça-feira, disseram três pessoas informadas sobre o assunto, enquanto a China alertou que seus militares nunca "ficariam de braços cruzados" se ela visitasse a ilha autogovernada reivindicada por Pequim.

Kirby disse que nada sobre a possível viagem de Pelosi muda a política dos EUA em relação a Taiwan, e que Pequim estava bem ciente de que a divisão de poderes dentro do governo dos EUA significa que Pelosi tomaria suas próprias decisões sobre a visita.

"A presidente da Câmara tem o direito de visitar Taiwan, e um presidente da Câmara já visitou Taiwan antes, sem incidentes, assim como muitos membros do Congresso, incluindo este ano", disse Kirby.

"Não há razão para Pequim transformar uma potencial visita consistente com a política de longa data dos EUA em algum tipo de crise ou conflito, ou usá-la como pretexto para aumentar a atividade militar agressiva dentro ou ao redor do Estreito de Taiwan", completou.

Tensão

Quatro navios de guerra dos Estados Unidos, incluindo um porta-aviões, foram posicionados em águas a leste de Taiwan, no que a Marinha dos EUA chamou de destacamentos de rotina nesta terça-feira, em meio à irritação chinesa sobre a visita de Nancy Pelosi à ilha.

O porta-aviões USS Ronald Reagan havia transitado pelo Mar do Sul da China e estava atualmente no Mar das Filipinas, ao leste de Taiwan e das Filipinas e ao sul do Japão, disse um oficial da Marinha dos Estados Unidos à Reuters.

Porta-aviões USS Ronald Reagan
Porta-aviões USS Ronald Reagan
Foto: Reuters

O Reagan, baseado no Japão, está operando com um cruzador de mísseis guiados, USS Antietam, e um destróier, USS Higgins. "Embora eles sejam capazes de responder a qualquer eventualidade, estas são implantações normais e rotineiras", disse o oficial, que falou sob a condição de anonimato.

Em meio a essas tensões, aviões chineses voaram perto da linha mediana que divide a via navegável na manhã de terça-feira e vários navios de guerra chineses permaneceram perto da linha divisória não oficial desde segunda-feira, informou uma fonte à Reuters.

A fonte disse que as aeronaves chinesas conduziram repetidamente movimentos táticos de "tocar" brevemente a linha mediana e circular de volta para o outro lado do estreito enquanto as aeronaves taiwanesas estavam em alerta nas proximidades --um movimento que eles descreveram como provocador.

O Ministério da Defesa de Taiwan disse em comunicado que tem total conhecimento das atividades militares perto de Taiwan e enviará forças apropriadamente em reação a "ameaças inimigas".

Os Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores da China não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

* Com informações da Reuters 

Fonte: Redação Terra
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