Cartas de soldados da 1ª Guerra são achadas dentro de garrafa em praia na Austrália
Moradora fazia limpeza quando achou objeto lançado ao mar há mais de um século
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Duas cartas de soldados da Primeira Guerra Mundial, encontradas em uma garrafa na Austrália, foram devolvidas às famílias dos autores após mais de um século, emocionando os descendentes e resgatando memórias históricas.
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Duas cartas escritas por soldados da Primeira Guerra Mundial e encontradas dentro de uma garrafa em uma praia remota da Austrália Ocidental serão devolvidas às famílias dos autores. Responsável por encontrar as cartas, Debra Brown, moradora de Wharton Beach, durante uma limpeza no local contou que, dentro da garrafa lançada ao mar há mais de um século estavam mensagens escritas por Malcolm Alexander Neville e William Kirk Harley.
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Brown conseguiu localizar um parente de Neville, o bisneto Herbie Neville, Wilkawatt, na Austrália do Sul, apenas cruzando o sobrenome com a cidade de origem do soldado. A família descreveu o reencontro com a história como "inacreditável" e "emocionante", informou a rede australiana de TV Australian Broadcasting Corporation.
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Registros militares mostram que Neville se alistou em 1916, foi dispensado por problemas de visão e, ainda assim, se alistou novamente uma semana depois — sendo morto em combate na França poucos meses após enviar a carta.
A segunda mensagem era de William Kirk Harley, que sobreviveu à guerra. Sua neta, Ann Turner, disse que a carta "parece um milagre", pois uniu novamente os descendentes do soldado. Segundo ela, o tom otimista da carta mostra a empolgação dos jovens soldados que partiam para o front, mesmo sem imaginar os horrores que enfrentariam.
Para Debra Brown, a descoberta foi profundamente comovente. "Esse rapaz partiu sem saber o que o esperava, e mesmo assim parecia tão animado em sua carta", afirmou à ABC. Em uma das cartas, um dos soldados escreve à mãe que está se "divertindo muito e a comida está ótima até agora".
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Debra enviou as correspondências às famílias dos dois soldados, encerrando simbolicamente uma jornada de mais de 100 anos.
Historiadores locais também se envolveram com o caso. Maureen Steinborner, pesquisadora da região de Wilkawatt, contou que a história despertou grande interesse na comunidade e reacendeu o sentimento de orgulho e a reflexão sobre os jovens que deixaram o interior australiano para lutar na Europa.
Especialistas acreditam que a garrafa tenha sido lançada no mar quando o navio estava "em algum ponto" da região conhecida como Grande Baía Australiana, conforme descrito em uma das cartas. Segundo o professor de oceanografia da Universidade da Austrália Ocidental, Charitha Pattiaratchi, correntes marítimas poderiam ter levado o objeto até Wharton Beach em poucas semanas — e ele pode ter ficado enterrado na areia por um século.
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