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Bolsonaro visita Muro das Lamentações; novo escritório em Jerusalém irrita palestinos

1 abr 2019 - 20h56
(atualizado às 21h05)
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O presidente Jair Bolsonaro, acompanhado pelo primeiro-ministro de Israel, visitou o Muro das Lamentações em Jerusalém nesta segunda-feira, em um momento em que os palestinos avaliavam convocar seu embaixador em Brasília devido a um novo escritório de negócios do Brasil na cidade santa.

Presidente Jair Bolsonaro no Muro das Lamentações em Jerusalém
01/04/2019 Menahem Kahana/Pool via REUTERS
Presidente Jair Bolsonaro no Muro das Lamentações em Jerusalém 01/04/2019 Menahem Kahana/Pool via REUTERS
Foto: Reuters

O Muro das Lamentações, o local de oração mais sagrado do judaísmo, fica localizado na parte oriental da cidade que Israel ocupou durante a guerra de 1967 e anexou posteriormente, em uma medida não reconhecida pela comunidade internacional.

Israel tem há muito considerado Jerusalém inteira como sua capital eterna e indivisível, enquanto os palestinos querem Jerusalém Oriental como a capital de um Estado futuro que buscam estabelecer em território tomado por Israel durante a guerra de 1967.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rompeu com o consenso global em 2017 ao reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e transferiu a embaixada dos EUA para a cidade em maio do ano passado.

No domingo, Bolsonaro anunciou a abertura de um novo escritório de negócios para Israel na cidade, recuando de sinais anteriores de que iria seguir os passos dos Estados Unidos transferindo a embaixada para a cidade.

O Muro das Lamentações é o que restou de um templo judaico destruído pelos romanos no ano 70 d.C.. A praça acima, conhecida por muçulmanos como o Nobre Santuário, é o terceiro local mais sagrado do islã, contendo a mesquita al-Aqsa e o Domo da Rocha.

Bolsonaro e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se aproximaram juntos do muro e se apoiaram em suas pedras lado a lado. Bolsonaro depositou um pedido entre as pedras, como é habitual.

A proposta original de Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira para Jerusalém irritou a comunidade árabe, e importantes autoridades brasileiras recuaram do plano por medo de prejudicar os laços com países árabes e comprometer bilhões de dólares em exportações de carne halal.

O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse no domingo que o escritório de negócios não será uma representação diplomática, mas a medida irritou a comunidade palestina.

Segundo Ibrahim Alzeban, embaixador palestino em Brasília, "está em consideração" sua convocação para voltar aos territórios palestinos em reação à visita de Bolsonaro. "Segundo fui comunicado, vai depender da evolução da visita (a Israel)", disse. "Gostaríamos que não se houvesse tocado no tema de Jerusalém."

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