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Avanço em vacina contra Covid-19 aumenta esperanças e cria dor de cabeça logística

10 nov 2020 - 16h21
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O possível avanço de segunda-feira na corrida para se desenvolver uma vacina contra Covid-19 fez governos correrem para enfrentar o desafio logístico de distribuir centenas de milhões de doses, assim que se tornar disponível nos próximos meses.

REUTERS/Dado Ruvic
REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters

Dados de testes provisórios mostraram que a vacina experimental desenvolvida pela Pfizer e pela alemã BioNTech é 90% eficiente, despertando esperanças de um fim para a pandemia que já custou mais de um milhão de vidas e devastou as maiores economias do mundo.

Como os dois grupos esperam produzir cerca de 50 milhões de doses até o final do ano e 1,3 bilhão de doses no ano que vem, supondo uma aprovação regulatória, o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, disse que a vacina é "uma luz no fim do túnel".

Tanto os Estados Unidos quanto a União Europeia têm acordos para garantir centenas de milhões de doses do remédio, mas as autoridades precisarão de uma logística e um planejamento sofisticados para fazer com que sejam distribuídas eficazmente.

A BioNTech disse que planeja atribuir à vacina de duas doses preços abaixo das "taxas típicas do mercado" e que diferenciará os preços entre países e regiões. Mas a vacina precisa ser transportada e armazenada a menos 70 graus Celsius - o que, por ora, a coloca fora do alcance de muitos países pobres da Ásia e de outras localidades que carecem dos equipamentos de refrigeração necessários.

Como exige temperaturas dignas de um inverno antártico, é provável que precise de locais de vacinação centralizados, disseram especialistas de saúde suíços nesta terça-feira.

"A notícia empolgante de ontem (segunda-feira) sobre uma possível vacina eficiente se tornar disponível significa desafios de cadeias a frio para países africanos pelo tipo de vacina que ela é", disse Matshidiso Moeti, diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África, a uma assembleia ministerial. "O que terá que ser levado em conta no apoio a ser fornecido", acrescentou.

Caixas térmicas preservariam as temperaturas ultrabaixas durante até 10 dias em locais de temperatura ambiente de até 25º C se não forem abertas, e 15 dias se forem abertas e depois recongeladas, disse a BioNTech em slides de apresentação.

Como anunciado anteriormente, a vacina pode ser mantida durante até cinco dias sob temperaturas de geladeira.

Especialistas em logística da Europa disseram dar conta dos desafios do armazenamento ultrafrio.

"A distribuição não fracassará por causa da logística", disse Frank Appel, executivo-chefe da alemã Deutsche Post, aos jornalistas.

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