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Autor de ataque a ônibus do Borussia Dortmund não era extremista, mas 'especulador', dizem autoridades alemãs

21 abr 2017 - 12h13
(atualizado às 12h33)
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Bombas quebraram as janelas e estouraram os pneus do ônibus
Bombas quebraram as janelas e estouraram os pneus do ônibus
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O autor do ataque ao ônibus do time do Borussia Dortmund, na Alemanha, esse mês, não era um radical islâmico, mas um especulador russo que esperava lucrar com a queda das ações do time, informaram autoridades alemãs.

O homem, de 28 anos, identificado apenas como Sergej W., estava hospedado no mesmo hotel do time. De seu quarto, era possível ver a rua onde a explosão ocorreu.

Duas pessoas receberam atendimento médico depois de três bombas explodirem perto do ônibus.

O jogador espanhol Marc Bartra precisou ser submetido a uma cirurgia no pulso e um policial foi medicado por estar em choque.

Após o ataque, que ocorreu no dia 11, a partida do Borussia Dortmund contra o Monaco pela Champions League foi adiada por um dia, o que levou muitos alemães a abrir as portas de suas casas para acomodar torcedores do Monaco.

Inicialmente, a polícia tratou a explosão como um ataque terrorista, após cartas terem sido encontradas perto do local do ataque, indicando conexões com o grupo autodeclarado Estado Islâmico (EI).

Um dia depois, um iraquiano de 25 anos com "ligações com o fundamentalismo islâmico" foi detido.

No entanto, na semana seguinte, investigadores começaram a desconfiar das motivações jihadistas por trás da explosão.

Eles afirmaram que as cartas encontradas no local foram uma tentativa de enganá-los.

Em um comunicado divulgado nesta sexta-feira, o gabinete do Procurador-Federal da Alemanha disse que um homem de 28 anos, com nacionalidade russa e alemã, foi indiciado por tentativa de homicídio.

Explosão ocorreu em 11 de abril; jogador espanhol Marc Bartra precisou ser submetido a cirurgia no pulso
Explosão ocorreu em 11 de abril; jogador espanhol Marc Bartra precisou ser submetido a cirurgia no pulso
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Nesta manhã, ele foi preso por um grupo de elite da polícia alemã perto da cidade de Tübingen, no Estado de Baden-Wuerttemnberg, no sudoeste da Alemanha.

Segundo a polícia, o suspeito havia comprado 15 mil opções de venda de ações do Borussia - a um custo total de 78 mil euros (R$ 263 mil). Ele apostava que lucraria com a provável queda dos papéis depois do ataque.

O homem estava no mesmo hotel da equipe, o L'Arrivée, em Dortmund, no dia do ataque e mudou-se para um quarto no último andar, do qual era possível ver a rua onde a explosão aconteceu, informaram as autoridades.

O suspeito fez a aposta no dia 11 de abril usando um dos endereços IP do hotel, depois de contrair um empréstimo.

O que são opções de venda?

Uma opção de venda de uma ação ou de outro ativo é um contrato que permite ao investidor vender o papel por um valor pré-fixado em um determinado dia.

Se o valor cair antes disso, o investidor pode então pagar menos pelo ativo no mercado aberto e vendê-lo mais caro (ao preço pré-fixado), embolsando a diferença.

Explosão e queda de ações

Os investigadores disseram acreditar que três dispositivos cheios de pinos de metal estavam escondidos e foram detonados quando o ônibus passou.

A explosão aconteceu a cerca de 10 km do Westfalenstadion - chamado oficialmente de Signal Iduna Park - em Dortmund, 1h30 antes do início da partida.

Imagens registradas após o momento do ataque mostram a janela do ônibus quebrada e pneus estourados.

Torcedores que estavam no estádio, com capacidade para 80 mil pessoas, foram aconselhados a permanecer no local até que a polícia liberasse a área. Eles foram evacuados com segurança.

Depois do ataque, as ações do Borussia tiveram uma ligeira queda, passando de 5.738 euros (R$ 19,3 mil) para 5.421 euros (R$ 18,3 mil).

Os papeis chegaram a se recuperar, mas voltaram a cair depois que o time foi eliminado da Champions League, a competição interclubes mais rentável que existe.

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