Ataque a tiros em Jerusalém Oriental mata ao menos seis; ministro israelense ameaça 'aniquilar' Hamas
Pelo menos seis pessoas foram mortas e várias ficaram feridas nesta segunda-feira (8), em um ataque a tiros em Jerusalém Oriental, segundo os serviços israelenses de emergência. O atentado aconteceu enquanto o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ameaçava aniquilar o Hamas, caso o movimento islâmico não acabasse com as hostilidades.
Pelo menos seis pessoas foram mortas e várias ficaram feridas nesta segunda-feira (8), em um ataque a tiros em Jerusalém Oriental, segundo os serviços israelenses de emergência. O atentado aconteceu enquanto o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ameaçava aniquilar o Hamas, caso o movimento islâmico não acabasse com as hostilidades.
O Magen David Adom, equivalente israelense da Cruz Vermelha, informou que socorristas e paramédicos constataram a morte de quatro homens: um de aproximadamente 50 anos e três com cerca de 30 anos. Além disso, cinco dos feridos foram levados para hospitais.
Os bombardeios e as operações militares israelenses foram intensificadas nos últimos dias ao redor da Cidade de Gaza, que Israel prometeu capturar em uma tentativa de finalmente derrotar o Hamas, após quase dois anos de conflito devastador.
A agência de defesa civil do território palestino relatou que pelo menos 48 pessoas foram mortas em ataques israelenses em Gaza no domingo (7), e outras 10 morreram em ataques noturnos nas proximidades da Cidade de Gaza. O Hamas, que iniciou a guerra com um ataque sem precedentes a Israel em outubro de 2023, negou o uso de edifícios residenciais para fins militares.
Aviso final de Israel
Israel Katz, em uma mensagem na plataforma X, afirmou que este era um "aviso final aos assassinos e estupradores do Hamas em Gaza e em hotéis de luxo no exterior": libertar os reféns e depor as armas, "ou Gaza será destruída e vocês serão aniquilados". Ele também declarou que "um furacão massivo atingirá os céus da Cidade de Gaza e os telhados das torres do terror tremerão", acrescentando que o exército se preparava para expandir as operações com o objetivo de conquistar a cidade.
Por sua vez, o presidente Trump havia emitido um "último aviso" ao grupo no domingo, insistindo para que aceitasse um acordo de libertação dos reféns capturados durante o ataque de outubro de 2023.
As forças militares israelenses indicam que 47 reféns permanecem em Gaza, incluindo 25 que se acredita estarem mortos. Trump afirmou nas redes sociais que "os israelenses aceitaram meus termos. É hora do Hamas aceitar também. Eu avisei o Hamas sobre as consequências de não aceitar. Este é meu último aviso", sem fornecer mais detalhes.
Hamas disposto a negociar
Pouco depois das declarações de Trump, o Hamas divulgou um comunicado dizendo estar pronto para "sentar-se imediatamente à mesa de negociações", após o que descreveu como "algumas ideias do lado americano destinadas a alcançar um acordo de cessar-fogo". Em troca, o grupo exigiu "uma declaração clara do fim da guerra, a retirada total da Faixa de Gaza e a formação de um comitê de palestinos independentes para administrar a região, iniciando suas funções imediatamente".
A agência de notícias americana Axios relatou que o enviado da Casa Branca ao Oriente Médio, Steve Witkoff, transmitiu uma nova proposta para um acordo de reféns e cessar-fogo ao Hamas na semana passada. A Casa Branca não divulgou detalhes sobre a proposta, mas Trump declarou no domingo que "vocês vão ouvir falar sobre isso muito em breve", retratando as negociações de forma positiva. Ele disse a repórteres: "Acho que teremos um acordo sobre Gaza muito em breve". Em março, Trump já havia emitido um ultimato semelhante ao Hamas, exigindo a libertação imediata de todos os reféns vivos e a entrega dos corpos dos mortos, alertando que, caso contrário, "acabou para vocês".
O ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 resultou na morte de 1.219 pessoas, em sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados israelenses. A ofensiva retaliatória de Israel matou ao menos 64.368 palestinos, também majoritariamente civis, de acordo com números do ministério da Saúde da Faixa de Gaza, administrada pelo Hamas — dados que as Nações Unidas consideram confiáveis. Restrições à imprensa na região e a dificuldade de acesso a várias áreas impedem a verificação independente dos números e detalhes fornecidos pela agência de defesa civil ou pelos militares israelenses.
(Com AFP)