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Ásia

Chefe da junta militar na Tailândia se autoproclama premiê

Exército convocou várias pessoas, incluindo a ex-primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, e os 22 membros de seu clã familiar e partido político, para que compareçam diante das autoridades militares

23 mai 2014 - 00h55
(atualizado às 01h39)
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Prayuth, que há três dias declarou a lei marcial no país, assumiu todos os poderes após considerar que as tentativas de um acordo entre o Executivo interino e os antigovernamentais fracassaram
Prayuth, que há três dias declarou a lei marcial no país, assumiu todos os poderes após considerar que as tentativas de um acordo entre o Executivo interino e os antigovernamentais fracassaram
Foto: AP

O chefe do Exército da Tailândia, o general Prayuth Chan-ocha, se autoproclamou primeiro-ministro provisório do país nesta sexta-feira, depois que os militares tomaram o poder ontem em um golpe de Estado.

O Conselho Nacional para a Paz e a Ordem (CNPO), o nome oficial da junta militar comandada por Prayuth, informou em comunicado que o general assumirá as funções administrativas do cargo de primeiro-ministro até que se encontre um novo candidato definitivo.

"Já que as leis estipulam que o primeiro-ministro autoriza ações sob a lei, o líder do CNPO, ou os indivíduos designados por ele, assumirão por enquanto a autoridade", disse o comunicado, segundo o jornal Bangkok Post.

Prayuth, que há três dias declarou a lei marcial no país, assumiu ontem todos os poderes após considerar que as tentativas de um acordo entre o Executivo interino e os antigovernamentais fracassaram.

Nas 16 horas seguintes ao golpe, a junta militar emitiu duas ordens e 19 anúncios através das emissoras de rádio e televisão do país, que suspenderam suas programações e só transmitem músicas patrióticas e boletins de notícias do "Canal 5", de propriedade do Exército.

Em um desses comunicados, o Exército convocou a ex-primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, e os 22 membros de seu clã familiar e partido político para que compareçam hoje diante das autoridades militares.

"No total, foram convocadas 114 pessoas, a maioria ex-políticos do partido Puea Thai (governo deposto) e do Partido Democrata (oposição)", declarou um oficial do Exército na televisão.

O primeiro-ministro, Niwattumrong Boonsongpaisan, já se apresentou em um complexo militar ao norte de Bangcoc, revelou um oficial. "No total, 38 pessoas já responderam à convocação, entre elas Niwattumrong", que dirigia o governo interino após a destituição da premier Yingluck Shinawatra.

O Conselho Nacional para a Paz e a Ordem, o nome oficial da junta militar, decretou o toque de recolher, proibiu as reuniões públicas, suspendeu a Constituição e ampliou a censura aos meios de comunicação para incluir também os estrangeiros.

Também pediu que os funcionários do alto escalão assumissem as funções dos ministros depostos e decretou o fechamento de todas as escolas até domingo.

O golpe militar põe fim a oito meses de manifestações antigovernamentais que deixaram 28 mortos e mais de 800 feridos.

Este é o 12º golpe de Estado bem sucedido cometido pelos militares na Tailândia, de um total de 19 tentativas, desde a queda da monarquia absolutista em 1932.

O último golpe ocorreu em 2006, quando o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck, foi deposto também em um contexto de grandes manifestações. Os golpistas de então revogaram a Constituição e redigiram outra, que foi aprovada em um referendo. Em seguida, realizaram eleições no final de 2007.

Com informações da agência AFP

EFE   
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