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As mudanças no mapa político da Itália após ascensão de Salvini

A esquerda, que tinha 14 regiões, ficou com apenas cinco

23 set 2020 - 14h07
(atualizado às 14h40)
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Apesar da vitória da centro-esquerda na Toscana, seu principal bastião na Itália, as eleições regionais de 20 e 21 de setembro consolidaram a avalanche conservadora iniciada em março de 2018 e que transformou o mapa político no país.

Berlusconi, Meloni e Salvini, os pilares da coalizão de direita na Itália
Berlusconi, Meloni e Salvini, os pilares da coalizão de direita na Itália
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Sete regiões foram às urnas no início desta semana para escolher seus governadores: a aliança de direita manteve o Vêneto e a Ligúria e tirou Marcas da centro-esquerda, que triunfou na Campânia, na Puglia e na Toscana. A exceção a esse dualismo é o Vale de Aosta, cuja escolha do governador dependerá das alianças envolvendo partidos da minoria linguística francesa.

O resultado não foi o esperado pelo líder da coligação conservadora, Matteo Salvini, que previa um "7 a 0", mas não há como negar a hegemonia alcançada pela direita na Itália após a ascensão do secretário da Liga.

Em 4 de março de 2018, o partido obteve pouco mais de 17% dos votos nas eleições legislativas e desbancou o moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi (14%), dentro da coalizão. Na época, o mapa da Itália era praticamente todo vermelho: das 20 regiões do país, o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, estava no poder em 14.

Além disso, a legenda social-democrata apoiava os presidentes das províncias autônomas de Trento e Bolzano, que formam a região de Trentino-Alto Ádige. Após as eleições de 4 de março de 2018, Salvini se aliou ao populista Movimento 5 Estrelas (M5S) em um governo que duraria até agosto de 2019, mas manteve durante todo esse período a coalizão com FI e o extremista Irmãos da Itália (FdI) em disputas regionais.

Desde então, 13 regiões governadas pela centro-esquerda foram às urnas, e a coalizão conservadora, catapultada por Salvini, venceu em nove.

A Liga, hoje o partido mais popular do país, triunfou em Friuli Veneza Giulia (Massimiliano Fedriga) e na Úmbria (Donatella Tesei). O FI elegeu os governadores de Basilicata (Vito Bardi), Piemonte (Alberto Cirio) e Molise (Donato Toma). Já o FdI ascendeu ao comando de Abruzzo (Marco Marsilio), Calábria (Jole Santelli) e Marcas (Francesco Acquaroli), enquanto Christian Solinas, de um partido regional, venceu na Sardenha.

As exceções são Emilia-Romagna e Toscana, históricos bastiões "vermelhos" na Itália, e Campânia e Puglia, ambas no sul do país, onde Salvini ainda tem mais dificuldade de penetração devido ao passado separatista de quando a Liga carregava o "Norte" em seu nome - os progressistas também governam o Lazio, que só vai às urnas em 2023.

O partido de extrema direita ainda tirou da centro-esquerda o governo da província de Trento (Maurizio Fugatti) e passou a apoiar o governador de Bolzano e do Trentino-Alto Ádige, Arno Kompatscher. "Eu espero que o governo volte a nos escutar, já que representamos três quartos das regiões italianas e a maioria desse país", disse Salvini nesta terça-feira (22).  

Ansa - Brasil   
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